Quem nos acompanha nas redes sociais sempre se depara com o termo “PR”, mas nem todo mundo sabe o que essa sigla significa. Além disso, o objetivo de quem quer imigrar para o Canadá não é obter a cidadania canadense?
Neste texto vamos falar sobre a diferença entre PR e cidadania, e também vamos explicar como funciona para conseguir um e outro. Uma coisa é certa: os dois são objetivos de quem imigra!
O PR
“PR” é a sigla em inglês para Permanent Residency, residência permanente. É basicamente o título que você recebe (permanent resident) quando chega no Canadá na qualidade de novo imigrante.
Nós falamos bastante sobre os vários jeitos possíveis de imigrar para o Canadá, e é bacana saber que todos eles têm como objetivo a conquista de um PR. Independentemente de você escolher imigrar através de estudos ou através do Express Entry, o resultado será o mesmo.
Isso também abre a oportunidade de relebrarmos a diferença entre residência temporária e residência permanente: a residência temporária, como o próprio nome já diz, possui um tempo determinado em que permanece válida. Já a permanente não. A residência temporária é conseguida com a obtenção de um visto de turismo, de estudo ou de trabalho. A residência permanente é conseguida somente através de um processo de imigração.
Como residente permanente, você terá quase os mesmos direitos de um cidadão canadense: você é livre para ir e vir, podendo escolher livremente em qual província e em qual cidade morar, você terá permissão para trabalhar livremente, sem limite máximo de horas por semana, poderá contar com o benefício de pagar tuition mais barata nos colleges e universidades (tuition para estudantes internacionais geralmente é mais cara do que para os estudantes domésticos), e poderá contar também com outros benefícios, tais como plano de saúde provincial e maiores opções de investimentos bancários.
A cidadania
Se imaginarmos o processo de imigração como uma escada, a cidadania estará representada pelo último degrau, como sendo o objetivo final da jornada de imigração. O PR estará logo abaixo, sendo o penúltimo degrau. A residência temporária, por sua vez, poderá ou não estar presente nessa nossa escada, pois ela nem sempre é necessária para se obter um programa de imigração.
Você pode sim imigrar através dos estudos, e isso colocaria na sua jornada um período em que você estaria no Canadá como residente temporário, mas você também pode se qualificar para um programa de imigração como o Express Entry ou um programa provincial, e nesse caso você pode já sair do Brasil como residente permanente, sem precisar ter sido reisdente temporário antes.
A cidadania, sendo a última etapa da sua jornada de imigração, basicamente faz com que você seja um canadense por completo. Você terá direito a ter um passaporte canadense (mesmo com PR você continua sendo cidadão somente do Brasil e seu passaporte continuará sendo o brasileiro), e também terá direito a votar nas eleições canadenses e, se você almejar seguir carreira política, também poderá ser elegível para cargos políticos.
Mas a conquista da cidadania, embora seja o passo seguinte à conquista do PR, não é automática. Assim como a conquista do PR, a da cidadania também exige um processo que irá levar tempo e documentos, e também conta com um requisito a mais: uma prova de conhecimentos gerais sobre o Canadá!
Vamos ver então quais são as regras para se conseguir a cidadania canadense:
1) Tempo de estadia no país
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a cidadania não é conseguida automaticamente. Ela é o resultado de um processo, assim como funciona com o PR. O primeiro requisito é que o candidato tenha estado no Canadá durante um período de 1.460 dias (ou seja, quatro anos) em um período de seis anos antes que possa dar entrada no processo.
Como funciona: os quatro anos em que você deve estar fisicamente presente (como residente permanente - residência temporária não conta) no Canadá não precisam ser ininterruptos, ou seja, você pode ir viajar normalmente e voltar quantas vezes quiser, mas o total de dias que você deve estar fisicamente presente no país continua sendo 1.460, e esses 1.460 devem estar distribuídos dentro dos seus 6 primeiros anos no Canadá. Essa regra não se aplica para crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade.
Ainda sobre o tempo de estadia no país, é preciso que o candidato fique no Canadá pelo menos 6 meses (183 dias) por ano de maneira ininterrupta. Isso significa que viajar para fora do Canadá durante 1 mês por ano é ok, você só terá que “repor” esses 30 dias na sua conta, esperando 30 dias a mais antes de aplicar para a cidadania, porém não será possível viajar por mais do que 6 meses seguidos a cada ano.
2) Imposto de renda
O candidato à cidadania precisa ter declarado o seu income tax nos quatro anos imediatamente anteriores à aplicação para a cidadania.
3) Intenção de residir
Essa questão gerou bastante polêmica no ano passado, quando essa e outras novidades nas regras de eligibilidade para a cidadania passaram a entrar em vigor. Basicamente, a “intenção de residir” é isso mesmo: uma declaração da sua intenção de permanecer no Canadá durante o tempo em que o seu processo de cidadania estiver sendo analisado e também após conquistar sua cidadania. Isso engloba também obrigações fiscais para com o país.
4) Proficiência no idioma
Pessoas entre 14 e 64 anos de idade devem provar que possuem um conhecimento satisfatório de um dos dois idiomas oficiais do Canadá, inglês ou francês. Esse conhecimento do idioma estrangeiro pode ser comprovado através de provas como o IELTS e o TEF, ou então através de um diploma de um curso de college ou curso universitário que você tenha completado, sendo que o curso deve ter sido conduzido inteiramente em um dos idiomas oficiais (ou ambos).
5) Prova de conhecimentos gerais sobre o Canadá
Para ser um cidadão, é preciso que você comprove que tem conhecimento a respeito das leis, dos deveres e dos direitos de um cidadão canadense. Também é preciso que você comprove que conhece o país do qual pretende se tornar cidadão, ou seja, você deve ter conhecimento sobre a história, os valores, as instituições e os símbolos do país. Assim como o requisito de proficiência no idioma, o teste de conhecimentos gerais deve ser realizado somente por pessoas entre 14 e 64 anos de idade.
No caso de crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade, é preciso que um guardião legal da criança seja cidadão canadense ou então esteja aplicando para a cidadania ao mesmo tempo que a criança. Assim, a criança continua sendo dependente desse guardião, fazendo parte do mesmo processo.
Dúvidas frequentes
Eu apliquei para a cidadania antes de junho de 2015. Devo me adequar às novas regras?
Não. As novas regras (que estão descritas logo acima) começaram a valer a partir de 11 de junho de 2015. Portanto, para todo mundo que aplicou para a cidadania antes disso continuam valendo as regras anteriores. Você pode comparar a mudança das regras aqui.
Se eu me casar com um cidadão canadense, eu recebo a cidadania automaticamente?
Não. A cidadania canadense não pode ser adquirida por meio do casamento. Se você se casar com um(a) canadense, no entanto, ele(a) poderá patrocinar você em um programa específico de imigração chamado de spousal sponsorship.
Se eu tiver um filho no Canadá, ele será cidadão canadense?
Sim. De acordo com o Citizenship Act, pessoas nascidas no Canadá são cidadãos canadenses, independentemente do status de seus pais (se são cidadãos também ou não).
Se eu tiver um filho no Canadá, poderei obter a cidadania mais facilmente?
Não. Embora a criança nascida no Canadá seja cidadã canadense, os pais não ganham nenhum direito ou nenhuma facilidade quanto ao próprio processo de cidadania ou PR. Eles deverão seguir o caminho normal para a obtenção do PR e da cidadania, ou seja, através da aplicação para um programa de imigração.
Tenho dupla cidadania, brasileira e europeia. Isso traz vantagens?
Para o turismo, sim. Para a cidadania, no entanto, ter um passaporte europeu não muda nada. Será preciso aplicar normalmente para um programa de imigração, que irá avaliar as suas qualificações (estudos, experiência de trabalho, nível de proficiência no idioma, etc.) e que irá ou não permitir que você venha para o Canadá na qualidade de residente permanente. A partir disso, você pode aplicar para a cidadania se obedecer a todos os requisitos dos quais falamos aqui.
Quanto tempo leva para uma aplicação de PR ou cidadania ser processada?
É importante lembrar que os prazos oferecidos pela imigração canadense são apenas estimativas do tempo que demora para que cada tipo de visto seja processado. Na prática, a sua aplicação pode ser processada em mais ou menos tempo, dependendo da quantidade de processos que os oficiais tenham para analisar no mesmo período, e dependendo também se será exigido algum documento extra para reforçar a sua aplicação.
Dito isso, as aplicações para residência permanente não são necessariamente processadas mais rapidamente do que as aplicações para a cidadania, já que existem diversos programas de imigração, cada um com seu próprio tempo de processamento. Através do Express Entry, por exemplo, é possível ter o PR em mãos em cerca de 6 meses. Através de spousal sponsorship para cônjuge que mora fora do Canadá, o processo pode levar 17 meses; para o cônjuge que mora no Canadá como residente temporário, pode levar cerca de 26 meses.
Para a cidadania, de acordo com as estimativas da imigração, as aplicações são processadas em cerca de 12 meses.
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Talvez você não saiba, mas o maior shopping center do Canadá fica em... Edmonton! Sim, esse recorde pertence à cidade, acredite se quiser! Na verdade, o West Edmonton Mall já chegou inclusive a ser o maior centro comercial do mundo, mas perdeu o título e hoje a gente se contenta com o primeiro lugar do pódio canadense.
O West Edmonton Mall é realmente grande em extensão. Não somente isso, ele é diversificado, um verdadeiro centro de lazer que agrupa diferentes tipos de atividades para ninguém ficar entediado.
Eu não estou falando do clássico combo “lojas, cinema e praça de alimentação”. Isso é básico demais. No West Edmonton Mall, as opções de entretenimento são elevadas à miléssima potência, fazendo cada ida ao shopping um passeio diferente.
Duvida?
O que você acha de, além de fazer compras nas suas grifes preferidas (de Apple Store à Dollarama; de Forever 21 à Hugo Boss), levar as crianças em um parque de diversões? Ou então colocar um maiô e se jogar em uma piscina de ondas, com direito à tobogã?
Isso mesmo: o West Edmonton Mall possui um parque aquático e um parque de diversões (com 17 e 24 atrações respectivamente). Eles não estão apenas no mesmo terreno que a propriedade: eles estão dentro do shopping!
Ainda não se convenceu? Então, em vez de ir aos parques, você pode decidir patinar no gelo, por exemplo, em um ringue tão grande que chega a receber torneios de hockey amadores. Ou então se divertir com um mini-golfe de 18 buracos, ou jogando boliche em uma das seis pistas do Ed’s Rec Room.
As opções de lazer ainda não param por aí! O West Edmonton Mall ainda tem um labirinto de espelhos e uma réplica da nau Santa Maria — a mesma que trouxe Cristóvão Colombo para a América em 1492 — onde você pode entrar, tirar foto e até reservar para uma festa de aniversário temática, com capacidade para 50 convidados!
Ah, e já ia esquecendo de mencionar o Marine Life, um aquário com mais de cem espécies de animais marinhos!
Claro, isso tudo sem falar do cinema. Além das salas comuns e das salas 3D, o Scotiabank Theatre também oferece algumas salas IMAX — aquelas com tela e resolução de imagem superiores às salas comuns, proporcionando uma experiência completamente diferente.
Alimentação
E o que falar da praça de alimentação do shopping? Sim, lá tem todas aquelas redes de fast food que todos nós adoramos, mas o West Edmonton Mall tem muito mais do que isso.
Você pode ter uma noite tão sofisticada quanto quiser, optando por um jantar em um piano bar, por exemplo, ou então no The Comic Strip, uma casa de shows de comédia, com apresentações de stand up comedy no melhor estilo Las Vegas.
Esses restaurantes, e muitos outros, ficam na chamada Bourbon Street, um corredor temático do shopping que é conhecido justamente pela áura de boemia que proporciona. São ao todo 16 opções gastronômicas só nessa área, com restaurantes familiares, bares e bistrôs sofisticados.
O West Edmonton Mall ainda possui duas outras áreas temáticas menores: a Chinatown, com direito a um supermercado asiático, e a Europa Boulevard, com grifes européias como Prada, Versace e Burberry.
Ficou cansado só de ler isso tudo? Não tem problema! O shopping tem o seu próprio hotel. Ou melhor, seus dois hotéis: o Fantasyland e o West Edmonton Mall Inn. O primeiro é uma hospedagem de luxo, com mais de 300 quartos (sendo 120 temáticos), enquanto o segundo é uma opção mais modesta, mas ainda com todo o conforto possível.
Pois é, e você achando que shopping era só para bater perna! Que tal conhecer o West Edmonton Mall e rever seus conceitos?
O canadense gosta e valoriza muito as marcas do país e acho um dos símbolos máximos disso o sucesso da rede de cafés Tim Hortons: impossível passar por Toronto e não entrar em uma loja dessas. Afinal, são mais de 240 unidades espalhadas por toda a cidade!
O fundador da famosa marca foi um jogador de hóquei do Canadá que colocou o próprio nome na empresa ainda na década de 60. Desde então as bebidas, doces e lanches ganharam a preferência por aqui... e o tema merece até uma matéria especial.
Mas um aspecto bem interessante é o número de vezes que ouvi brasileiros perguntarem se por aqui é fácil encontrar a marca “X” ou a loja “Y” de origem americana. Creio que essa curiosidade se dá principalmente quando o assunto é fast food.
Eis um dos restaurantes no topo da lista dos curiosos (incluo o meu marido nela!): Outback Steak House. Porém a resposta é “não”. Até o momento encontrei como o local mais próximo para comer as famosas costelas defumadas, as cebolas e outros pratos típicos da rede, em Niágara Falls... mas em Toronto nada.
Já o McDonald's marca presença, claro. E por aqui até distribuem via caixinha de correspondências aqueles encartes com promoções do tipo “compre um lanche e ganhe o outro grátis”. Como citei no texto “Mais dicas para ajudar no seu intercâmbio: anote aí!”, para encantar os vizinhos eles vendem poutine, o tradicional prato canadense (batata frita, queijo e molho gravy). Notei ainda que incluíram a folha de maple no meio do “M” amarelo, nas fachadas.
Assim, alguns cafés, restaurantes, espaços de venda do tradicional lanche com fritas e outras opções que nasceram na terra do Tio Sam são sim encontradas no Canadá. Vejam mais alguns lugares “Made in USA” que também podem ser conferidos em Toronto:
Já que citei o Tim Hortons, fica quase impossível não lembrar da cafeteria concorrente americana Starbucks. Mantem-se a tradição de colocar o nome do cliente no copo e o ambiente de um modo geral mais formal, inclusive algumas empresas escolhem o local para fazer seus processos de recrutamento. São diversas lojas espalhadas pela cidade e destaque para os frappuccinos, a bebida gelada que faz sucesso mesmo no inverno.
O espaço está localizado em um dos meus lugares favoritos, a Dundas Square, no cruzamento das ruas Dundas e Yonge, em frente ao shopping Eaton Centre. O Hard Rock Café é um excelente ponto de encontro da cidade e logo na entrada tem uma charmosa loja de produtos da marca.
O restaurante está aqui desde junho de 1978, mantém o rock como tema principal e na decoração tem guitarras, figurinos e outros itens de famosos, nos mesmos moldes das unidades nos EUA.
O hambúrguer da rede Five Guys Burgers and Fries pode ser saboreado com as batatas fritas, com destaque para a escolha das opções de recheios dos lanches. Desde o início dos negócios, no ano de 1986, a marca amplia seus endereços e no Canadá não é diferente. Inclusive no site oficial indica que em breve será aberta uma nova loja na rua King West.
A rede Burger King, uma grande concorrente do McDonald's, também pode ser encontrada por aqui. A marca nasceu na Flórida na década de 50 e em Toronto possui alguns endereços, entre eles no número 243 da Yonge Street e no 106 da Front Street.
Para aqueles que gostam de frutos de mar tem como boa opção a rede americana Red Lobster. Neste segmento há uma diversidade de delícias no cardápio, inclusive alguns pratos especiais para as crianças. E quem é fã da rede pode até presentear uma pessoa especial com o “gift card” do restaurante (o que ocorre também em várias lojas de outras marcas).
A sopa de brócolis com cheddar da Panera Bread é imperdível! Esta padaria é um local escolhido por muitas pessoas para estudar, encontrar amigos ou relaxar, pois o seu ambiente aconchegante convida a estes momentos. Destaco principalmente a unidade que fica Yonge Street, bem pertinho da Dundas Square.
Doces, lanches, bebidas quentes e frias, fazem parte do cardápio. Quem tem o cartão fidelidade e é um assíduo frequentador, ao acumular visitas pode se qualificar para receber um produto grátis. Esses clientes de carteirinha ganham ainda um mimo especial, como um cupcake, por exemplo, no dia do aniversário.
Interaja! Você visitou alguma rede americana aqui em Toronto que não citamos na matéria? Se sim, compartilhe conosco no espaço para “comentários”... os nossos leitores agradecem!
Já estamos na época de entregar o imposto de renda no Brasil. E isso todo mundo sabe como funciona: você reúne os seus ganhos e os seus gastos, preenche formulários e envia a sua declaração. No Canadá funciona da mesma maneira com o tax return: você calcula seus ganhos e gastos, preenche formulários e envia a sua declaração. Simples, não?
A teoria parece bem simples mesmo. Mas as diferenças entre o imposto de renda brasileiro e o tax return canadense podem confundir os declarantes de primeira viagem, principalmente os novos residentes permanentes, em seu primeiro ano como imigrantes no Canadá.
Para não correr o risco de cometer erros no preenchimento dos formulários e na reunião dos documentos, resolvemos bolar este texto para explicar um pouco como funciona a questão do tax return.
Saída definitiva do Brasil
Você saiu do Brasil e está agora morando no Canadá. Mas a Receita Federal não sabe disso. Assim, para efeitos de impostos, você continua sendo um residente fiscal brasileiro. Isso significa que você continua estando sujeito a declarar o imposto de renda. Para resolver essa situação, existem dois documentos simples que devem ser entregues à Receita no Brasil: a comunicação de saída definitiva e a declaração de saída definitiva.
Comunicação
A comunicação de saída definitiva do Brasil (CSDP) é um documento mais simples, que deve ser preenchido pelo imigrante dentro do primeiro ano como residente permanente em outro país. Ela literalmente serve para comunicar a saída definitiva, como se fosse uma carta. Existe, claro, um formulário específico que deve ser preenchido, e existem números de documentos que devem ser fornecidos (e datas também). Para a comunicação, você irá precisar de:
A data da caracterização de não residente é a data que consta na sua carteira de PR menos um dia. Por exemplo: se você virou residente permanente do Canadá em 15 de junho, a data em que você se caracteriza como não residente brasileiro é 14 de junho. O motivo para isso é que você legalmente não pode residir em caráter permanente em dois países ao mesmo tempo (no caso, mesmo dia), então por isso a data de não residência (saída) no Brasil será sempre um dia antes da data de residência (entrada) no Canadá.
Além disso, ao preencher a comunicação de saída definitiva você irá se deparar com a possibilidade fornecer um procurador no Brasil, ou seja, uma pessoa que poderá representar você perante o fisco. Em suma, o procurador será a pessoa que ficará responsável por enviar a você no exterior os valores (se houver) que estão por ser recebidos ainda no Brasil, referentes a serviços/atividades profissionais que você tenha prestado/realizado, ou a aluguéis, por exemplo. O procurador pode ser um familiar, um amigo, um advogado, enfim, qualquer pessoa escolhida por você, desde que não haja restrições legais. Caso você decida por um procurador, será preciso informar o nome, o CPF e os dados de contato da pessoa.
Para os residentes temporários, dependendo do tempo em que permanecerem no Canadá, também será preciso comunicar a não residência no Brasil. Em geral, esse tempo é calculado em 1 ano a partir do momento da saída do Brasil. Assim, se você estiver, por exemplo, estudando no Canadá e o seu curso for superior a 1 ano, você irá precisar comunicar a sua saída à Receita Federal, em caráter temporário.
Declaração
Segundo o site da Receita Federal, a declaração de saída definitiva do Brasil (DSDP) é “relativa ao período em que tenha permanecido na condição de residente no Brasil no ano-calendário da saída ou da caracterização da condição de não residente, do primeiro dia útil do mês de março até o último dia útil do mês de abril do ano-calendário subsequente ao da saída definitiva ou da caracterização da condição de não residente”.
Na prática, essa declaração é feita através do mesmo programa que é utilizado para a declaração do imposto de renda tradicional e, assim como o imposto de renda, ela deve ser entregue até o último dia útil do mês de abril do ano em questão.
Sendo assim, essa declaração corresponde à última declaração de imposto de renda brasileiro que a pessoa física deve fazer, referente ao período em que ainda era residente fiscal brasileiro, mesmo que não tenha residido no Brasil durante 100% do ano-calendário. Nesse caso, será preciso fazer o imposto de renda brasileiro referente ao período do ano-calendário em que ainda era residente fiscal brasileiro, e o tax return canadense referente ao período seguinte, compreendendo os meses desde a entrada no Canadá na condição de residente permanente até o final do ano fiscal canadense.
A declaração do imposto de renda é uma responsabilidade do cidadão brasileiro perante o fisco e, uma vez entregue a comunicação e a declaração de saída definitiva, o cidadão fica liberado dessa responsabilidade, uma vez que não reside mais no país em caráter permanente.
Mesmo que o cidadão seja isento de declarar o imposto de renda anteriormente à data em que se tornou não residente brasileiro, será preciso realizar a declaração de saída definitiva do país. O motivo para isso é uma questão sujeita a interpretações. Uma das mais aceitas é que o cidadão em si não é isento de imposto de renda, mas os seus rendimentos sim, desde que se encaixem em determinada categoria, e isso pode sofrer alterações de acordo com mudanças na quantia dos rendimentos em si ou com mudanças na legislação.
O imposto de renda brasileiro
O cidadão brasileiro, mesmo residindo no exterior, deverá continuar declarando o imposto de renda caso continue recebendo remuneração de fontes pagadoras no Brasil, por serviços prestados ou por motivo de aluguel de imóvel, por exemplo. Essa remuneração, no entanto, não deve ser declarada como um imposto de renda tradicional, uma vez que o cidadão em questão já não é mais residente brasileiro em caráter permanente. Sendo assim, o rendimento em questão não estará sujeito aos ajustes anuais seguintes.
Os rendimentos de fontes pagadoras que estão no Brasil devem estar sujeitos a tributação na fonte (ou a tributação definitiva no caso de ganho de capital), mas isso somente a partir da data em que se caracterizou a saída definitiva do Brasil. Assim, é importante informar, na declaração de saída definitiva, se há fonte(s) pagadora(s). Para a(s) fonte(s) pagadora(s), por outro lado, é importante também que você informe a data em que se caracteriza como não residente brasileiro.
Nesse caso, caso você ainda tenha rendimentos a receber que têm origem no Brasil, será preciso informar um procurador, que é a pessoa que ficará como intermediário entre a fonte pagadora, no Brasil, e você, no exterior.
O tax return canadense
Como o Canadá possui um sistema de governo no qual cada província possui liberdade para criar certas leis e regulamentos, assim como taxas e impostos, o tax return no país não funciona da mesma forma para todo mundo. Isso quer dizer que a quantia que o cidadão ou residente permanente deve pagar e pode ter direito a receber será diferente dependendo da província onde mora.
Como regra geral, o cidadão ou residente deve preencher os formulários correspondentes à província onde residiu no final do ano. A exceção disso é caso o indivídio tenha morado em uma província no final do ano mas tenha vínculos significativos de residência em uma outra província (ou mais). Esses vínculos são caracterizados por imóveis que são de propriedade do indivíduo, e também por familiares diretos, ou seja, cônjuge e dependentes diretos. Contas em banco e outros itens também podem caracterizar vínculo de residência. Caso a pessoa tenha vínculos em duas ou mais províncias, independentemente da província em que residiu no final do ano, o tax return deverá seguir as regras exigidas para a província onde o indivíduo possui os vínculos de residência mais significativos. Assim, se a pessoa residiu em Alberta no final do ano, tem um apartamento em BC e uma casa, esposo(a) e filho(s) em Ontário, o tax return deverá seguir o que é fixado para a província de Ontário, pois é lá que ele tem mais vínculos.
Como residente canadense, é preciso declarar os rendimentos recebidos tanto no Canadá quanto no exterior. Assim, caso você ainda tenha rendimentos no Brasil, como resultado de serviços que você preste à distância, ou como aluguel de um imóvel em seu nome, será preciso colocar essas informações na hora de declarar. Os rendimentos devem ser convertidos para o dólar canadense (assim como os rendimentos canadenses devem ser convertidos para o real na hora de declarar o imposto brasileiro), levando em consideração o câmbio do dia em que foram recebidos. Como você nesse caso irá fazer a declaração de renda no Brasil, você não irá precisar deduzir nenhum valor na hora de declarar esse rendimento no Canadá. Em vez disso, você pode ser elegível para um foreign tax credit.
Guias informativos podem ser encontrados no site do CRA, ou Canada Revenue Agency.
Saiba mais sobre a questão do imposto de renda e do tax return: veja a nossa entrevista com o contador Francisco Megale.
Você com certeza já ouviu falar que existem várias maneiras de imigrar para o Canadá, certo? Nós falamos bastante sobre o Express Entry e seus números, mas na verdade existem mais de 50 programas de imigração diferentes!
Cada um desses programas é destinado a grupos específicos de pessoas, e esses grupos são formados por perfis, ou características particulares que são atraentes para o governo federal ou para as províncias, de acordo com as necessidades econômicas do país. Assim, um perfil é composto por itens como faixa etária, nível educacional, anos de experiência de trabalho (lembrando que a maioria dos programas irá contar somente como experiência de trabalho o trabalho que for remunerado e full time, ou seja, geralmente mais do que 30 horas por semana). Além disso, outras características podem ou não fazer diferença, como a presença de um familiar no Canadá, ou experiência de trabalho internacional (particularmente, claro, no Canadá e, em especial, se for relacionada à área ou à profissão em que o candidato possui maior experiência total).
O Sponsorship é um desses programas. Bem, para falar a verdade, ele é uma categoria que engloba alguns programas diferentes, mas todos com um quesito em comum: a existência de um sponsor.
Em inglês, “sponsor” significa patrocinar, ou patrocinador. Na prática, e dentro do nosso contexto, “sponsorship” é quando uma pessoa patrocina outra para fins de imigração, ou seja, oferece um convite e se responsabiliza até certo ponto, envolvendo-se no processo de imigração também.
Antes de mais nada, é importante notar um detalhe muito importante: para os programas de sponsorship, o sponsor, ou patrocinador, deve ser um cidadão canadense ou residente permanente, deve efetivamente morar no Canadá (independentemente da província, desde que seja em território canadense) e deve ter no mínimo 18 anos de idade. Quem está no Canadá com visto de estudo ou visto de trabalho não é elegível para ser um patrocinador.
Então quais são os processos de imigração que se encaixam dentro da categoria de sponsorship? Vamos ver a seguir.
1) Spousal Sponsorship
O programa mais comum dentro da categoria de sponsorship é o spousal sponsorship. Como o próprio nome já diz, ele é destinado a auxiliar o cônjuge a vir para o Canadá.
Para patrocinar o cônjuge para imigrar para o Canadá sob a categoria de spousal sponsorship, é preciso que o sponsor possa comprovar que:
Agora que sabemos quais são as exigências da parte do sponsor, é preciso observar algumas regras quanto às exigências por parte do(a) candidato(a) à imigração. Para ser aceito nessa categoria, o cônjuge precisa:
É interessante notar que as regras acima serão sempre observadas, independentemente de o casal ser do mesmo sexo ou não. No Canadá, parceiros do mesmo sexo não encontram nenhuma barreira para fins de imigração, adoção ou qualquer outro serviço, desde que comprovem o relacionamento por meio de certidão de casamento, comprovação de união estável, etc., da mesma forma como funciona para casais de sexos opostos.
Existe ainda uma terceira configuração possível, mas muito dificilmente poderá ser aplicada no caso dos brasileiros:
Caso não morem juntos: esse caso, em que os parceiros são chamados de conjugal partners, é devido a situações externas (fora do controle do casal) que não permitem que o casal more junto para que seja configurado um relacionamento de união estável ou casamento. Nesse caso, será preciso comprovar que o relacionamento já dura pelo menos 1 ano (12 meses), que o nível de comprometimento com o relacionamento é o mesmo que seria no caso de uma união estável ou casamento, e que os dois estão impossibilitados de morar juntos devido a uma barreira geográfica (um imigrou e o outro não, desde que possa ser comprovado que foram recebidas recusas quanto a estadia permanente nos países um do outro), ou devido a barreiras legais (caso um seja casado e o divórcio não seja permitido por lei no país de origem, ou caso o casal seja homoafetivo e o casamento homoafetivo não seja permitido por lei no país de origem).
*Para comprovar união estável (common-law), a declaração de união estável brasileira não tem validade para fins de imigração. Serão aceitos como comprovantes documentos que mostrem que o casal possui investimentos ou contas conjuntas, que possuem um imóvel ou contratos de aluguel em nome dos dois, ou que as contas da casa vêm no nome dos dois. Outros documentos poderão também ser aceitos, dependendo de cada caso.
2) Dependent Child Sponsorship
Para patrocinar um ou mais filhos, além de o patrocinador dever comprovar que possui os meios financeiros para se responsabilizar pela criança (ou adolescente), é preciso que apresente documentos que comprovem que possui a guarda legal do menor, independentemente de o filho ser biológico ou adotivo.
É importante lembrar, no entanto, que os filhos só são considerados dependentes, para fins de imigração, até os 19 anos de idade, desde que não possuam cônjuge ou parceiros em relacionamento similar a um casamento. A única maneira pela qual um(a) filho(a) pode ser considerado dependente após os 19 anos é caso seja uma pessoa com deficiência, seja física ou cognitiva.
Caso haja um parceiro, cônjuge ou ex-cônjuge que também possua a guarda do menor mas não deseje imigrar para o Canadá, será preciso que forneça uma declaração, um documento que permita que a criança (ou adolescente) imigre para o Canadá sob a responsabilidade do outro pai.
3) Parent and Grandparent Sponsorship
Para patrocinar a imigração de pais e avós é preciso ficar atento aos períodos em que o governo canadense oferece abertura para que novas aplicações sejam submetidas. O motivo: por ser um programa bastante popular, muitas pessoas têm interesse em aplicar, o que faz com que o cap, ou limite máximo permitido por ano, seja atingido em pouco tempo. Dessa forma, o governo canadense encerra o prazo para o recebimento de novas aplicações para que as aplicações já recebidas possam ser processadas. No momento do encerramento do programa, o governo informa a data de abertura para o ano seguinte.
Sendo assim, notamos que o intake (ou aceite de novas aplicações) para 2016 já se encerrou, e, segundo a imigração canadense, a abertura do próximo período de intake acontecerá em 3 de janeiro de 2017, com um cap de 10.000 aplicações.
Quando uma pessoa aplica para patrocinar um pai ou um avô, é preciso comprovar que possui os meios financeiros suficientes para ser responsável por aquela pessoa e seus dependentes. Dessa forma, existem limites mínimos referentes ao salário que o sponsor recebe, para que seja definido se será elegível ou não. Esse suporte financeiro deve estar disponível por um período de 3 a 10 anos, dependendo da idade da pessoa patrocinada e do grau de parentesco.
Caso o sponsor tenha patrocinado outro membro da família anteriormente e essa pessoa tenha precisado pedir auxílio financeiro do governo (algo que é contra um dos requerimentos em termos de imigração via sponsorship), o sponsor não será elegível para patrocinar outra pessoa.
4) Outros parentes
Para patrocinar outros parentes, as regras são essencialmente as mesmas que são válidas para os processos de sponsorship de cônjuge, filhos, pais e avós. Em primeiro lugar, é preciso que o patrocinador tenha mais de 18 anos de idade e que tenha como comprovar que poderá fornecer suporte financeiro para o parente patrocinado e seus dependentes legais. Também deverá se certificar (e fornecer declarações que sejam satisfatórias para os oficiais de imigração) de que o parente candidato à residência permanente via sponsorship não irá precisar pedir auxílio financeiro do governo.
Caso isso tenha acontecido anteriormente, ou seja, caso o sponsor tenha patrocinado outro parente e este tenha precisado pedir auxílio financeiro do governo canadense, o sponsor não será elegível para patrocinar outro parente, independentemente do grau de parentesco. O motivo para isso, nesse caso, é simples: ele de fato não conseguiu cumprir com um dos requisitos para que fosse um sponsor, que é justamente se certificar de que o parente em questão não precise pedir auxílio financeiro do governo.
Quanto a quem você pode patrocinar, existem duas opções:
Independentemente do programa, caso você ou a pessoa patrocinada tenham sido condenados por crimes cometidos, no Canadá ou no país de origem, esse fato poderá representar uma barreira para a imigração, dependendo do tipo de crime, há quanto tempo foi cometido, e se houve suspensão do registro ou não.
Quer saber mais sobre Family Sponsorship? Entre em contato!
Veja também:
7 dicas essenciais para quem quer imigrar para o Canadá!
O Canadá, assim como grande parte dos países, está passando por uma pequena turbulência econômica, mas isso não tirou do país a busca dos empresários em manter a eficiência e a produtividade, ao mesmo tempo que promovem ofertas que seguem parecendo atrativa para os candidatos.
A Revista Forbes publicou recentemente um relatório baseado na experiência e comentários de empregados canadenses para determinar quais são as empresas e organizações estão oferecendo mais e melhores oportunidades de trabalho.
Por meio do provedor de estatísticas online Statista, a revista confirmou mais de 8.000 trabalhadores canadenses para determinar, em uma escala de zero a dez, a probabilidade de recomendar seu empregador a outra pessoa.
A lista traz 250 empregadora em 25 indústrias que vão, desde grandes corporações, até as instituições financeiras onde os empregadores se "sentem como em casa" enquanto trabalham no escritório.
Confira a lista das 25 empresas melhores colocadas:
Não, aqui não tem show da Ivete Sangalo no dia 7 de Setembro para comemorar o Brazilian Day, nem esbarramos toda hora com alguém falando português. Isso não significa, no entanto, que Edmonton não tenha sua pequena comunidade brazuca. Como é de conhecimento geral, sempre vai ter um brasileiro em qualquer lugar desse mundo, não importa se é uma pequena vila isolada ao Norte do planeta ou uma grande metrópole cheia de gente. Se existe vida, existe um brasileiro morando lá.
E aqui em Edmonton, apesar de bem reduzida se comparada à outras cidades canadenses, também tem sua turma verde e amarela.
A começar pelo restaurante Pampa Grill, uma autêntica churrascaria gaúcha em estilo rodízio. Como sou vegetariana, nunca fui lá, mas já conversei com amigos que foram, e, pela descrição, se parece mesmo como as nossas típicas churrascarias. Não é pra menos: ela foi criada e é gerida por um casal de brasileiros. Por isso, se bater a saudade (e tiver grana para gastar, pois ouvi dizer que o preço é salgado), é só correr até o Pampa Grill para um almoço com direito a picanha e farofa. E ainda fica no centro da cidade, mais acessível, impossível.
Que eu saiba, o Pampa Grill é o único restaurante brasileiro da cidade, mas se o problema é saudade da comida, tem dois lugares que podem quebrar o galho de vez em quando de quem mora aqui: a Tienda Latina, que vende salgados congelados como coxinha, risole e pão de queijo (ouvi dizer que também estão agora com brigadeiros gourmet); e a Portuguese Bakery, que além de ter aqueles deliciosos doces portugueses que nós tanto amamos, ainda oferece Guaraná!
Já os fãs de samba de carteirinha podem respirar aliviados: existe uma academia brasileira de dança aqui na cidade, com aulas de samba e capoeira. Lembro que ano passado chegou a ter um workshop de forró, inclusive! Um dos donos, naturalmente, também é brasileiro (baiano, para ser mais exato), e é casado com uma canadense que se encantou com a nossa cultura e hoje é a responsável pelas aulas de samba. Legal, né?
E claro, nós também estamos no Facebook! Existem alguns grupos de Brasileiros em Edmonton, onde dá para ficar sabendo de algumas novidades, como eventos da comunidade, além de trocar informações úteis, tanto para recém-chegados, quanto para os mais veteranos. Os grupos não são muito grandes, pois em termos de quantidade de brasileiros, Edmonton nem chega aos pés de Vancouver ou Toronto, mas se alguém estiver pretendendo vir para essas bandas, fique a vontade para nos procurar por lá.
E por fim, nós temos nossa Sociedade Brasileiros em Edmonton, a Brased. Eles às vezes organizam alguns eventos, como uma festa junina que teve aqui ano passado (e que eu fui!), mas ultimamente andam meio parados. De qualquer maneira, é sempre bom acompanhar as atualizações para ver as novidades. Quem mora fora sabe como pode ser gostoso reencontrar gente do seu país de origem de vez em quando!
O sistema de ensino no Canadá é igual ao do Brasil, certo? Tem ensino fundamental, ensino médio, cursos técnicos, universitários, mestrado e doutorado, certo? Hmm… será?
É verdade que o sistema como um todo por aqui é muito parecido com o nosso em alguns aspectos, mas existem algumas diferenças fundamentais que devem ser observadas se você tem interesse em seguir seus estudos por aqui.
A lógica quanto à sequência da educação continua sendo a mesma: para fazer o ensino médio você precisa ter passado pelo ensino fundamental, para fazer um curso profissionalizante ou universitário você precisa estar no final do ensino médio ou já ter encerrado o ensino médio. Para fazer mestrado você precisa ter feito um bacharelado, e assim por diante.
A nomenclatura, no entanto, muda bastante. E também muda a organização geral dos cursos, as matérias, assim como os requerimentos para que o estudante seja aceito (o que é muito importante principalmente quando o caso é mestrado ou doutorado).
Programs, courses, majors e minors
No Canadá, não podemos traduzir “cursos” (como conhecemos no Brasil) como “courses”. O motivo? Um “course” no Canadá é uma “matéria” ou “disciplina” no Brasil. Se você quer dizer “eu cursei Filosofia”, querendo dizer que todos os seus 4 anos universitários foram dedicados à Filosofia, e disser “I took a philosophy course”, os canadenses irão entender que você fez uma matéria cujo assunto era Filosofia, independentemente do “curso” que você fez na universidade. “Cursos” brasileiros são equivalentes aos “programs” canadenses. Um “program” é um conjunto de “courses”, ou matérias.
No entanto, diferentemente do que acontece no Brasil, os programs canadenses não são fechados, ou seja, aqui é possível fazer alguns courses (matérias) fora do seu program. E aqui entramos no assunto de “majors” e “minors”. Dificilmente um canadense (ou americano, já que a lógica é a mesma), irá falar “Eu cursei Ciência da Computação” (“I had a program on Computer Science). Ele irá, sim, falar “Meu major é em (“I majored in”) Ciência da Computação”.
Um major é definido em termos de “core courses”, ou seja, matérias principais. São as matérias que fazem com que o program seja, de fato, focado em, por exemplo, Ciência da Computação. Além disso, existem as matérias (courses) eletivas, em que o aluno efetivamente escolhe, baseando-se, por exemplo, em seus interesses ou na relevância que aquele assunto terá para o mercado de trabalho, por exemplo. Essas matérias eletivas irão complementar os créditos (credits) do programa. Os créditos, por sua vez, são contados a partir de um sistema de pontuação, em que cada course (matéria) possui um número definido de credits, e, para se completar um program, é preciso completar um certo número de credits, o que é possível quando se somam todos os credits dos courses concluídos.
Minors, por sua vez, são formados por conjuntos menores de “core courses”, que são realizados em paralelo aos cursos do major. Assim, você pode sair da universidade com um major em Ciência da Computação e um minor em Filosofia. O minor possui “core courses” suficientes para ser classificado como pertencente à área da Filosofia, mas, ao mesmo tempo, não possui courses suficientes para ser considerando aprofundado à maneira de um major.
BA, BSc, Undergrad e Grad School
No Brasil, quem faz um curso universitário se forma com um título de bacharelado (ou licenciatura, dependendo do caso e/ou do ano em que você se formou). No Canadá, quem faz um curso universitário sai da universidade com um BA ou um BSc. BA é a sigla para Bachelor of Arts, que geralmente é utilizada para cursos mais teóricos e focados na profissão como é praticada atualmente, ou seja, não são necessariamente muito focados em pesquisa para o avanço da profissão. Já BSc é a sigla para Bachelor of Science, que é destinada para cursos que dão bastante ênfase em pesquisa científica. É comum que uma universidade ofereça em seu “menu de cursos” dois cursos com um mesmo título (por exemplo, Ciência da Computação) mas que, na sequência, são diferenciados por um “BA” ou um “BSc”, de acordo com a ênfase dada à pesquisa científica em cada um deles.
Tanto o BA quanto o BSc são boas opções, dependendo do foco do estudante. Como ocorre para (quase) todas as coisas no mundo, não existe uma escolha que funcione para todo mundo, então o programa que irá funcionar melhor para você irá depender das suas prioridades. Se você deseja ingressar na profissão logo ao se formar (ou, de preferência, antes), talvez um BA seja uma melhor escolha, porém se você pretende ir para a área da pesquisa científica na sua profissão, um BSc pode abrir mais portas.
A experiência profissional também é importantíssima no caso de quem quer seguir em frente na carreira acadêmica. Por experiência profissional nós queremos dizer experiência direta em trabalhos de pesquisa científica. Trabalho voluntário, participação em grupos de estudos, participação em grupos de associações universitárias, presença em sala de aula, proximidade com os professores, etc. Tudo isso pode contar pontos valiosos, pois para um mestrado (Master’s Degree), ter referências é extremamente importante. E essas referências devem ser dadas por professores que realmente atuaram com você em projetos de pesquisa, idealmente por grandes períodos de tempo (6 meses, 1 ano, ou mais).
O nosso “doutorado” é o “PhD” do Canadá. Tanto o Master’s Degree quanto o PhD são considerados “graduate studies”, ou, para os íntimos, “grad school”. Bacharelados são considerados não como “cursos de graduação”, como no Brasil, mas como “undergraduate studies”, ou “undergrad”.
O título que foge a essa lógica é o “postgraduate”, que se refere a cursos que são feitos após qualquer graduação - e aqui queremos dizer “conclusão bem-sucedida” -, seja de ensino médio ou de um curso universitário ou college.
Falando em college, esse é um termo que pode confundir muita gente, já que pode ser usado de maneiras diferentes dependendo do contexto. Em conversas informais, quando uma pessoa diz “college” (“when I was in college…”) ela pode estar se referindo tanto a um curso universitário quanto a um curso profissionalizante, realizado em um college propriamente dito. Outras palavras mais genéricas podem ser usadas, como “uni” (para se referir a uma universidade, independentemente do tipo de curso que a pessoa realizou) ou “school” (para se referir a literalmente qualquer tipo de curso, desde ensino fundamental até PhD. Nesse caso, geralmente o que irá definir o contexto será o restante da frase, por exemplo: “I went to school to become a therapist”. Se você sabe que no Canadá psicólogos só podem atuar com um PhD, então “school” está se referindo, na verdade, a “grad school”, ou PhD)
Confuso? À primeira vista todos os conceitos parecem assustadores para quem está na posição de decidir o que estudar. Mas fique tranquilo: dê tempo ao tempo e procure se familiarizar com os termos canadenses: quanto mais informações você tiver, mais fácil será a sua decisão.
Outra informação interessante: “degree” é uma palavra usada para se referir a bacharelado, mestrado e doutorado de maneira ampla (sendo usado no lugar de academic degree). Exemplo: quando uma pessoa pergunta se você tem um “degree”.
Statement of Completion, Certificate, Associate Certificate e Diploma
Esses títulos são voltados para cursos que têm, geralmente, duração mais curta quando comparados aos cursos universitários (BA e BSc). São cursos que podem ser oferecidos também por universidades, mas que geralmente são oferecidos por escolas profissionalizantes ou técnicas, ou universidades tecnológicas. Assim como no Brasil, no Canadá as universidades tecnológicas e os cursos técnicos/tecnólogos têm fama de serem mais voltados para o mercado de trabalho e de serem cursos “hands on”, ou seja, com um componente prático muito forte, seja por meio de estágios ou mesmo de colocação profissional.
Um Statement of Completion é concedido ao aluno que se formou em um programa de curta duração. Ele nada mais é do que um documento formal que irá servir para comprovar que o aluno passou por aquele programa de estudos. Um Certificate é fornecido para programas que são intensivos e “hands on”, ou seja, focados em preparação profissional. Um Associate Certificate geralmente se refere a um programa de estudos mais abrangente, que pode contar com matérias que não têm necessariamente a ver com o assunto principal do programa.
Diplomas são como são chamadas as credenciais adquiridas após um período mais longo de estudos, também focando em teoria e prática. São geralmente (mas não sempre) atrelados a programas full time, enquanto que os outros títulos são geralmente atrelados a programas part time, em que os courses (matérias) podem ser realizados na medida da disponibilidade do aluno (geralmente à noite ao aos sábados), devendo ser completados em um período máximo de anos, de acordo com as exigências de cada instituição de ensino.
Vestibular?
Nem nos Estados Unidos nem no Canadá existe o conceito de vestibular como conhecemos no Brasil. A ideia de fazer uma prova que abrange todas as matérias do ensino médio para aí sim definir se um estudante poderá ocupar uma vaga em uma universidade não funciona por aqui. Em vez disso, o método de ingresso nas universidades se dá através de aplicações, como se você estivesse aplicando para um emprego. Só que diferente, é claro.
Como funciona: assim como no Brasil, no Canadá você pesquisa quais são as suas instituições de interesse, e dá uma olhada nos requerimentos de entrada de cada uma e de cada programa de estudos. Aqui, caso o requerimento principal seja a conclusão do ensino médio, é possível que programas diferentes exijam um desempenho diferente dos candidatos. Assim, o desempenho total ao longo do ensino médio poderá contar pontos valiosos na hora de aplicar para uma vaga em uma universidade, pois cada universidade possui requisitos diferentes para aceitar candidatos. Quanto aos programas, eles podem exigir que você tenha cursado, no ensino médio, matérias eletivas (sim, também existem matérias eletivas no ensino médio) que complementem os seus estudos em ciências aplicadas, por exemplo, caso você esteja aplicando para um programa na mesma área. Além disso, os requerimentos quanto à língua inglesa são bastante rigorosos também, sendo geralmente mais rigorosos nas universidades (BA, BSc e acima) do que para os programas técnicos e tecnólogos.
Cada universidade ou instituição de ensino possui o seu application package, um conjunto de folhetos informativos sobre os cursos e sobre os requerimentos de cada curso, formulários e demais checklists para a aplicação. Em posse desse kit, que geralmente é disponibilizado online (inclusive, a grande maioria das instituições de ensino hoje está realizando suas aplicações 100% online), você pode começar a reunir seus documentos e suas traduções juramentadas, se for o caso, e enviar a sua aplicação, por e-mail ou por correio. A sua aplicação será avaliada e, se você for considerado apto para iniciar os seus estudos, você pode ser convidado para uma entrevista, na qual você deverá “defender” o seu desejo de estudar aquele programa específico naquela universidade específica. Você pode falar sobre os seus objetivos acadêmicos e profissionais, e sobre como a sua parceria com aquela instituição de ensino pode ser benéfica para os dois lados.
As aplicações contam com deadlines, então é importante ficar atento. Cartas de referência de professores (mesmo que do ensino médio) e um portfolio dos projetos que você desenvolveu (dependendo da área) podem ser documentos extras para reforçar a sua aplicação e fazer com que você se destaque da maioria. No caso do mestrado ou do PhD, referências são essenciais, e a aplicação pode ser muito enriquecida através de experiência de trabalho, especialmente em pesquisa científica.
Saiba mais sobre como fazer para estudar no Canadá: veja também:
Quero estudar e trabalhar no Canadá, como funciona?
Com um salário mínimo que varia entre CAD$10 e CAD$13, horários de trabalho que podem ser ajustados de acordo com os horários do college ou da faculdade, e com um horário de trabalho que, quando full time, geralmente começa às 9 da manhã e termina às 5 da tarde, o Canadá parece mesmo um paraíso para quem quer trabalhar e fazer a vida por aqui.
Existem algumas regras que devem ser respeitadas quando o assunto é trabalhar no Canadá. Quer saber quais são as possibilidades, as aberturas que o país oferece aos estrangeiros, e quer saber um pouco também sobre o mercado de trabalho? Então vamos lá!
O visto de trabalho
No Canadá, quem quer trabalhar precisa obrigatoriamente de uma permissão de trabalho, ao menos, claro, que seja residente permanente ou cidadão. Um estudante de nível superior no Canadá hoje tem o direito de trabalhar 20 horas semanais durante o período das aulas e 40 horas semanais durante as ferias já descritas no calendário escolar.
É importante lembrar que o visto de turismo dá direito a estudar por até 24 semanas, porém não dá direito a trabalhar em hipótese alguma.
Para conseguir um visto ou permissão de trabalho, é preciso obedecer a alguns requisitos que são exigidos pela imigração canadense. Vamos ver quais são eles:
Quando você é um estudante internacional, matriculado em um college ou uma universidade para cursos profissionalizantes ou universitários (ou seja, não vale cursos de idiomas), você pode pedir um work permit, uma permissão de trabalho que estará vinculada ao seu visto de estudo. Esse work permit permite que o estudante trabalhe por até 20 horas na semana durante o período de aulas e full time nas ferias escolares (já determinadas no calendário), e é considerado um open work permit, ou seja, não apresenta restrições quanto ao empregador ou ao tipo de indústria em que o estudante possa trabalhar.
Quando o estudante traz consigo seu cônjuge, ele ou ela também tem direito à um open work permit, o que dará à ele a oportunidade de trabalhar full time, sem limitação de horas ( A carga horária normal é de, em média 40 horas semanais).
É importante obedecer as regras exigidas pela imigração. Se você tem permissão para trabalhar somente até 20 horas na semana, trabalhar mais do que isso pode trazer problemas no futuro, podendo ter até mesmo dificuldades em um futuro processo de imigração.
2) Post Graduation Work Permit
Para quem acaba de se formar, desde que seu curso tenha tido no mínimo 8 meses de duração, existe a opção de aplicar para um PGWP, ou Post Graduation Work Permit. Mas cuidado: essa aplicação só pode ser feita uma vez na vida e em até 90 dias após a conclusão do curso, então é preciso tomar muito cuidado para não perder os prazos.
Além disso, nem todos os programas de estudo e/ou instituições de ensino darão ao estudante o direito ao PGWP. Com relação aos cursos, o aluno deverá receber um DEGREE ao final, e já com relação às instituições, as meses deverão ser públicas ou privadas que recebam subsídio do Governo Canadense. Curso Vocacionais, considerados como profissionalizantes, não darão este direito ao estudante.
Funciona assim: se você estudar por 8 meses, poderá conseguir um PGWP com duração de até 8 meses, para que você fique esse tempo extra trabalhando no Canadá após se formar. Porém, a duração do PGWP pode variar conforme a duração do curso que o estudante fez. Então, se o curso durar 2 anos ou mais, o PGWP pode ter de 2 a 3 anos de validade. Já se o curso durar 1 ano, o PGWP irá valer por somente 1 ano. Vale a pena planejar bastante.
Também é possível aproveitar 2 cursos seguidos para pedir um PGWP, mas tem uma regra: não pode ter nenhum espaço entre eles. Então é preciso verificar certinho as datas de início e solicitar a renovação do visto de estudos para poder se matricular no próximo curso e, dessa forma, utilizar o período total como base para aplicar para o PGWP no futuro.
O PGWP funciona como se fosse uma extensão do visto de trabalho para quem se forma, digamos assim. Se você tiver um cônjuge, ele ou ela continuará tendo direito ao open work permit uma vez que o Aplicante Principal tenha um contrato de trabalho firmado com alguma empresa e o mesmo seja apresentado durante a aplicação. Caso contrário o mesmo terá manter o seu status como Visitante ou iniciar um programa de estudo.
3) Labour Market Impact Assessment
O LMIA, ou Labour Market Impact Assessment, é um programa destinado a empregadores canadenses que desejam contratar trabalhadores estrangeiros. Assim, se você receber uma oferta de trabalho de uma empresa canadense, é muito provável que essa empresa precise realizar um LMIA para você.
Funciona da seguinte forma: basicamente, a empresa precisa provar para o governo canadense que não existem trabalhadores canadenses ou residentes permanentes que possam ocupar aquela vaga que está sendo destinada a você. Isso é feito através de vários passos, como postar a vaga em vários sites e jornais, entrevistar candidatos, guardar os currículos dos candidatos, explicar o porquê de os outros candidatos não terem sido selecionados, e tudo isso deve ser documentado por meio de cópias, planilhas e cartas timbradas da empresa, e enviado à imigração canadense. O objetivo final é mostrar que a vaga foi oferecida para trabalhadores que já estão no Canadá, mas mesmo assim não foi possível preenchê-la, e por esse motivo a empresa precisou procurar trabalhadores fora do país. Então o LMIA nada mais é do que uma permissão para que a empresa contrate trabalhadores estrangeiros.
Com o LMIA em mãos, você pode aplicar para um visto de trabalho para aquela empresa específica. Esse visto não será considerado um open work permit, pois você ficará limitado a trabalhar somente para aquela empresa.
4) Residente Permanente / Cidadão
Sendo você um Residente Permanente e/ou Cidadão Canadense, você não mais dependerá de um Permissão de Trabalho ou estará limitado à algum número de horas. Porém, para que seja possível chegar até esse status, será necessário se adequar o Sistema de Imigração Atual, o Express Entry, o qual engloba todos os Programas de Imigração Econômica atuais. Para imigrar para o Canadá, grande parte dos processos irá exigir que você demonstre por meio de documentação específica que você tem a educação e a experiência necessárias para ser um profissional que contribua com a economia do país.
O mercado de trabalho no Canadá
Assim como em todos os países, o mercado de trabalho no Canadá é regido por forças externas e pela economia global. Como resultado, algumas áreas apresentam mais demanda do que outras, e algumas áreas focam em trabalhadores internacionais devido à grande necessidade de mão de obra.
Muitas profissões, no entanto, irão exigir uma ótima fluência no inglês, além de experiência na área que possa ser comprovada através de referências. E algumas profissões também irão exigir certificações e licenças de atuação canadenses, como é o caso das profissões regulamentadas.
De acordo com uma pesquisa a respeito de vagas de trabalho disponível no site Job Bank Canada, vagas de trabalho relacionadas à hospitalidade e alimentação estão em alta, o que corresponde a trabalhos como retail salespersons (vendedores em lojas), food counter attendants (atendentes em restaurantes) e kitchen helpers (ajudantes de cozinha). Por esse motivo, e também porque essas ocupações geralmente não exigem um alto nível de treinamento ou muita experiência profissional, essas profissões são bastante populares entre adolescentes, jovens adultos e trabalhadores estrangeiros que estão estudando ou então buscando a obtenção de certificações e licenças para poderem se inserir em sua área no Canadá.
É importante lembrar que algumas profissões aqui no Canadá exigem requisitos diferentes dos que são exigidos no Brasil, como é o caso da psicologia, por exemplo. Aqui, é preciso possui um mestrado para trabalhar como counsellor, sendo que é somente com um PhD que o título de psicólogo pode ser utilizado.
Uma mudança temporária na carreira é comum no caso dos trabalhadores estrangeiros, e é importante levar isso em consideração como uma possibilidade real, pois é muito comum que trabalhadores estrangeiros cheguem no Canadá com a certeza de que irão imediatamente encontrar um emprego em suas áreas de formação, o que pode não necessariamente corresponder à realidade, principalmente quando não se tem experiência de trabalho canadense ou quando não é o caso de uma transferência através da empresa onde se trabalha, por exemplo.
No Canadá, profissões na área da saúde (quase todas elas exigindo certificações específicas e licenças de atuação, como a enfermagem) sempre estão em alta. Com uma população que está envelhecendo (um dos motivos para a necessidade de atrair trabalhadores estrangeiros), o Canadá também foca em profissões que tenham a ver com o cuidado de idosos, e aí entram os live-in caregivers, outra profissão que apresenta bastante demanda no país, e que também apresenta uma opção em termos de imigração.
Profissões relacionadas a tecnologia, como TI, também estão em alta por aqui. TI é inclusive uma das profissões de nível universitário em que não é preciso possuir nenhum tipo de certificação especificamente canadense (embora isso possa abrir portas também) ou licença para atuação. Comprovando um período satisfatório de experiência na área, candidatos de TI têm bastante chance de encontrarem um emprego rapidamente, embora, é preciso enfatizar, isso não seja uma regra.
Networking é uma ferramenta muito utilizada também pelos canadenses. Sabe aquele conceito do “Quem Indica”? Ter referências canadenses pode ser uma boa estratégia para se conseguir bons empregos. E isso pode ser feito através de participação em associações profissionais ou através de envolvimento com professores durante o college ou universidade, por exemplo.
Quer saber mais sobre trabalhar no Canadá? Entre em contato conosco!
Veja também:
Quero estudar e trabalhar no Canadá, como funciona?
Então você decidiu se mudar para o Canadá? Ótimo! Vistos estão na mão, malas estão prontas, cachorro está psicologicamente preparado para a vigem... E agora?
Uma das maiores preocupações de quem decide se mudar para outro país é o custo de vida. OK, hoje em dia podemos encontrar muitas coisas pesquisando na internet. Mas como é no dia-a-dia? Quanto REALMENTE custa um almoço em um restaurante japonês? Quanto vou gastar de verdade na minha conta de luz? Não temam! A Immi Canada decidiu trazer para vocês uma série de textos realista de quanto as coisas verdadeiramente custam em uma das maiores cidades da América do Norte:
TORONTO!
Vamos começar pelo básico? Nesse primeiro texto iremos abordar o assunto mais perguntado, o mais temido, o que nos tira o sono de verdade: ALUGUEL! Quanto que vai realmente custar o aluguel da minha casa em Toronto?
Com essa questão em mente, decidimos contar com o auxílio da nossa nova representante na cidade de Toronto, Camila Schneider, que acabou de chegar na cidade, vindo de Vancouver. Como qualquer outra pessoa chegando em uma cidade nova, Camila passou pelo desafio de encontrar um local para alugar e divide agora conosco sua experiência! “Em dois dias em Toronto eu já tinha meu aluguel fechado”, revela.
Qual foi o segredo? “Eu buscava algo parecido com o que tinha em Vancouver”, disse Camila Schneider, nossa porta-voz na cidade de Toronto. “Eu pagava CAD$ 1,050 para morar em um basement a 20 minutos do centro, próximo do Skytrain (29th Avenue Station). Queria algo nessa faixa de preço, com a mesma distância de downtown”. Apesar de já ter uma noção do que buscava, Camila revela que algo mudou em sua busca por um novo apartamento: “Em Vancouver eu morava em um bairro estritamente residencial. Não queria ter de passar de novo pelos mesmos ‘perrengues’ na hora de ir no supermercado. Se você mora em área residencial sem carro, precisa aprender a carregar sacolas de compras por 30 minutos na volta para casa, gastar 30 minutos da vida toda hora que quiser ir jantar fora, etc”.
Desse modo, focada em buscar algo na mesma faixa de preço, porém em uma área mais movimentada, Camila decidiu focar suas buscas no Walk Score. “É um aplicativo que o pessoal não menciona muito no momento de alugar um apartamento, e é excelente!” O Walk Score se trata de um website e aplicativo que auxilia as pessoas a não apenas buscarem lugares para alugar, mas também encontrar lugares mais bem localizados. Walk Score, que em inglês poderia ser traduzido por “Pontuação para Caminhada”, confere uma pontuação de 0 a 100 para os endereços que você está buscando, focando em quanto tempo você precisa caminhar para chegar em locais como supermercados, cinema, transporte público, entre outros.
“O Walk Score mudou minha forma de procurar lugares para alugar. Não preciso ficar fuçando no Google Maps se tem mercado ou metrô por perto: o Walk Score faz isso para mim!”, explica Camila.
O Walk Score tem um aplicativo que pode ser baixado gratuitamente no seu celular, ou pode ser acessado direto no Website. Você pode encontrar studios, basements, apartamentos de 1 a 2 quartos ou até mesmo quartos para dividir com outras pessoas, caso esteja vindo sozinho para o Canadá.
E qual o preço, então? Camila nos conta que encontrou um basement maior do que o que tinha em Vancouver, por um preço menor e muito mais bem localizado. “Estou pagando agora CAD$ 910 por 1,000 square feet (92 metros quadrados), literalmente na frente do subway (Dundas West Station), super perto do centro e em uma das ruas mais movimentadas de Toronto, Bloor Street West”, revela Camila. “O Walk Score realmente foi importante na minha busca por apartamentos próximos de mercados e Animal Hospitals – tenho dois gatos”.
Apesar da diferença de preço, Camila diz que não achou grande a variação de preços entre Toronto e Vancouver: “Os preços estão praticamente os mesmos”. Para um basement, a 30 minutos de downtown, a faixa de preço está em CAD$ 900 a CAD$ 1,200. Os valores variam de acordo com o tamanho do local e proximidade do metrô. “A maioria fica em CAD$ 1,050 para um quarto, ou um bachelor (quando não há divisão entre o quarto e o resto da casa)”.
Se você pretende ter carro, ou não se importa em ficar mais de 40 minutos dentro do metro, os preços caem para uma faixa de CAD$ 700 a CAD$ 900.
No caso de apartamentos com um quarto, a variação é grande. “Encontrei lugares de CAD$ 1,100 a CAD$ 1,600 para 1 quarto apenas, 30 minutos do centro. Achei caro”. E se o plano é morar em downtown, os preços sobem ainda mais. “Está muito parecido com Vancouver, conheci pessoas que estão pagando CAD$ 2,000 para morar em um apartamento de um quarto no centro de Toronto”.
Ao se afastar do centro, é possível encontrar preços mais acessíveis. A média de preço para apartamentos de um quarto de 40 minutos a 1 hora do centro está em torno de CAD$ 900 a CAD$ 1,200. “Parecido com o valor de basement, surpeendentemente”. Camila nos atenta para o fato de que muitos valores de aluguéis não possuem incluso em seu preço o valor da conta de luz, que no Canadá chamamos de hydro. “A hydro geralmente não está inclusa, mesmo nos basements”. Para uma pessoa morando sozinha, a hydro pode chegar a CAD$ 60 por mês, dependendo do consume de ar-condicionado e máquina de lavar, por exemplo. Porém, dependendo do caso, um casal com filho pode chegar a gastar um valor aproximado, por volta de CAD$ 70 por mês.
“Tudo depende muito do estilo de vida que você quer levar, mas acredito que com controle e economia conseguirei manter o gasto em até CAD$ 40 por mês de hydro”.
E agora, mais tranquilos? Deixem aqui nos comentários o que vocês gostariam de saber para essa série de custo de vida na cidade de Toronto! Um abraço e até a próxima!