Você já ouviu falar nos Provincial Nominee Programs? Os PNPs, como são chamados de acordo com a sigla em inglês, são programas de imigração especialmente desenvolvidos para que as províncias e os territórios canadenses possam nominar imigrantes para suprir as necessidades econômicas de cada região. Mas é preciso levar em consideração um detalhe importante: quem imigra através de um PNP precisa realmente ter a intenção de residir e trabalhar na província de interesse.
Québec, como é comum em vários casos, possui um sistema diferente de seleção para os seus candidatos, e não possui um PNP, mas todas as outras 9 províncias e 2 dos territórios possuem seus próprios PNPs, que podem apresentar requisitos diferentes de acordo com a província em questão.
PNPs e o Express Entry
Desde o ano de 2015, a maioria dos PNPs está alinhada com pelo menos um stream do Express Entry, mas é importante notar que nem sempre é necessário passar pelo Express Entry para participar de um PNP. Um stream é um programa de imigração que tem como alvo certos grupos como por exemplo skilled workers, ou trabalhadores qualificados, estudantes, empresários, etc. Sabendo disso, o candidato que deseja aplicar para a imigração através de um PNP que possua um stream atrelado ao EE precisa primeiro se enquadrar nos requisitos do Express Entry, obedecendo aos requisitos de pelo menos um programa coberto pelo Express Entry, e em seguida deve se enquadrar nos requisitos da província de interesse.
Nós falamos bastante sobre o Express Entry e os programas que ele engloba em um texto publicado em nosso blog em março, então vamos relembrar um pouquinho como funciona:
O Express Entry é uma macro-categoria de imigração que engloba três programas principais: o Federal Skilled Worker, o Canadian Experience Class e o Federal Skilled Trades. Cada um desses programas possui os seus próprios requisitos para que o candidato seja aceito, mas antes que isso seja verificado e o candidato possa efetivamente participar do programa, ele precisa entrar em um grupo de aplicantes conhecido como o “pool” do Express Entry. Esse “pool” de candidatos é o resultado de uma primeira etapa de avaliação, e o perfil de cada pessoa é medido em pontos. Assim, itens como idade, educação e experiência de trabalho, por exemplo, contam mais ou menos pontos, fazendo com que o candidato seja mais ou menos bem colocado em relação aos outros.
Agora que sabemos um pouco mais sobre a parte que o Express Entry pode ocupar na aplicação para os PNPs, vamos ver um pouquinho mais sobre os programas das quatro principais províncias do Canadá: Alberta, BC, Manitoba e Ontário. Como são muitas informações, dividimos o texto em dois: na primeira parte vamos falar sobre Alberta e BC, e na segunda parte falamos sobre Manitoba e Ontário.
AINP: Alberta Immigrant Nominee Program
O PNP da província de Alberta oferece opções de imigração para trabalhadores qualificados (skilled workers) e também para trabalhadores semi-qualificados (semi-skilled workers).
Antes de considerar esse programa, no entanto, é preciso saber quais são os profissionais (ou as categorias de candidatos) que não são aceitos para a imigração através do AINP:
Um dos principais requisitos do programa de Alberta é que o candidato precisa possuir um work permit válido durante todo o processo do AINP, sendo que o AINP em si não pode ser solicitado com o objetivo de estender o work permit que o candidato já possui. Os únicos candidatos que não precisam obedecer a esse requerimento são os que participam da Strategic Recruitment Stream Engineering Occupations Category, uma categoria especial para ocupações em engenharia.
Em Alberta, existem 3 categorias principais que aceitam candidatos. Vamos ver como funciona:
Strategic Recruitment Stream
O stream para o recrutamento estratégico está disponível somente para trabalhadores que desejam aplicar sozinhos, sendo que podem escolher uma dentre as seguintes categorias:
1) Compulsory and Optional Trades
Esta categoria é para profissões técnicas compulsórias e opcionais. Os termos “compulsório” e “opcional” na verdade se referem à certificação profissional, que funciona da mesma forma como uma licença funcionaria no caso das profissões regulamentadas. Dessa forma, ela é destinada a candidatos que possuem certificação (mesmo que normalmente não seja obrigatória para a profissão) em uma profissão técnica, sendo que a certificação deve ter sido expedida pela associação profissional em questão na província de Alberta.
2) Ocupações em engenharia
Caso o candidato seja elegível para trabalhar em uma ocupação dentro da área de engenharia, ele poderá ser elegível para aplicar nessa categoria. Também será preciso ter experiência de trabalho na área, na província de Alberta.
3) Trabalhadores graduados
Trabalhadores recém-saídos de um curso pós-secundário no Canadá podem aplicar para essa categoria, desde que possuam um Post Graduation Work Permit, morem em Alberta, e tenham estudado em uma instituição de ensino em Alberta.
Employer-Driven Stream
O segundo stream diz respeito aos programas que estão disponíveis através dos empregadores da província. Para isso, existem três opções diferentes:
1) A categoria de trabalhadores qualificados
Esta categoria é para quem tenha recebido uma oferta de emprego em tempo integral em uma das ocupações correspondentes ao que é esperado dos trabalhadores qualificados.
2) A categoria dos estudantes internacionais graduados
Esta categoria é destinada a estudantes que acabaram de concluir um programa longo de estudos no Canadá, em tempo integral, e que já possuem um Post Graduation Work Permit. A diferença entre esta categoria e a categoria dos trabalhadores graduados da qual falamos logo acima é que aqui (para os estudantes internacionais) é preciso ter uma oferta de emprego.
3) A categoria dos trabalhadores semi-qualificados
Esta última categoria diz respeito aos trabalhadores temporários que receberam uma oferta de trabalho dentro de uma das ocupações consideradas semi-skilled. Exemplos são ocupações nas indústrias de manufatura, hospitalidade e alimentação.
Self-Employed Farmer Stream
Sendo provavelmente um programa que dificilmente seria interessante para a grande maioria dos brasileiros, o Self-Employed Farmer Stream é isso mesmo: um programa destinado a fazendeiros autônomos. É preciso ter recursos financeiros suficientes e algum tempo de experiência gerenciando fazendas para fazer parte desse programa, cujo objetivo é estimular imigrantes a comprarem ou a desenvolverem uma fazenda produtiva na província, que faz parte de uma região conhecida por ser mais rural.
BC PNP: British Columbia Provincial Nominee Program
O BC PNP é destinado a trabalhadores ou estudantes internacionais recém-graduados que possuem a educação e/ou a experiência de trabalho necessária para ocupar cargos profissionais que estão em alta demanda na província.
Existem nada menos do que 9 categorias para as quais os candidatos podem aplicar, sendo que essas categorias são dividias em 2 seções: categorias destinadas a imigrantes qualificados e categorias que fazem parte do Express Entry BC. Vamos ver um pouco sobre cada uma delas:
Imigrantes qualificados
Essa macro-categoria é composta por 5 diferentes categorias. Para todas elas é preciso obedecer a alguns requerimentos comuns, como a proficiência na língua inglesa e a comprovação de que o candidato consegue se sustentar e também sustentar seus dependentes, se os tiver.
1) Trabalhadores qualificados
Esta categoria compreende trabalhadores que possuem um mínimo de 2 anos de experiência de trabalho em tempo integral relacionada ao cargo que está sendo oferecido, sendo que, caso seja necessário, também será preciso possuir as qualificações educacionais para praticar a profissão em questão. Também será preciso ter uma oferta de emprego.
2) Profissionais da área da saúde
Aqui estão inclusos médicos, enfermeiros, enfermeiros psiquiátricos e demais profissionais da saúde, desde que possuam uma oferta de emprego de uma instituição de saúde pública. É preciso que o profissional possua no mínimo 2 anos de experiência de trabalho em tempo integral, diretamente relacionada com a profissão em questão, e também qualificações adicionais, como licenças profissionais para atuação.
3) Estudantes internacionais graduados
O estudante internacional que tiver se formado em um curso universitário ou de college no Canadá dentro dos últimos 2 anos pode ser elegível para esta categoria. Não é necessário demonstrar experiência de trabalho, mas é necessário possuir ume oferta de emprego em BC, para um trabalho em tempo integral na área de formação.
4) Estudantes internacionais de mestrado e doutorado
Estudantes internacionais que acabaram de concluir seus programas de mestrado ou doutorado no Canadá podem aplicar para esta categoria, desde que a área de estudos seja ciências naturais, ciências aplicadas ou ciências da saúde. Não é preciso possuir uma oferta de emprego para esta categoria.
5) Trabalhadores entry-level e semi-qualificados
Turismo, hospitalidade, transporte via caminhão (long-haul trucking) e processamento de alimentos: essas são as áreas em que trabalhadores entry-level (sem muita experiência prévia) e semi-qualificados se encaixam. É preciso já estar trabalhando em uma dessas ocupações por um tempo mínimo de 9 meses, além de também possuir uma oferta de emprego em tempo integral.
Express Entry BC
As quatro categorias do Express Entry BC podem ser muito facilmente confundidas com as categorias disponíveis através do stream para os trabalhadores qualificados. E não é à toa: os requerimentos para a participação são os mesmos, porém com o adicional de que é necessário, em primeiro lugar, ser aceito no pool do Express Entry, para depois ser selecionado para a imigração através de uma das categorias do PNP. As categorias são:
1) Trabalhadores qualificados
2) Profissionais da área da saúde
3) Estudantes internacionais graduados
4) Estudantes internacionais de mestrado e doutorado
O BC PNP também é um sistema que seleciona os candidatos com base em pontuação, então fatores como anos de experiência de trabalho, incluindo experiência canadense e em BC, e histórico educacional, dentre outros, são muito valorizados.
Fique atento para a parte II do nosso texto, que irá contar com informações valiosas sobre os processos de PNP de Manitoba e Ontário!
Para quem não tem muita familiaridade com os termos norte-americanos, “real estate” é um termo muito comumente usado para se referir a propriedades, sejam casas, townhouses ou apartamentos. E não é nenhum segredo que os preços de real estate no Canadá têm subido bastante. Várias notícias são divulgadas semanalmente sobre o assunto aqui no Canadá, e o alvo principal dos jornalistas continua sendo Vancouver, a cidade que tem a fama de possuir os imóveis mais caros do país.
Mas quanto disso é verdadeiro, e até que ponto precisamos nos preocupar? E como a “real estate bubble” pode influenciar os aluguéis?
Antes de mais nada, precisamos entender o que é uma “real estate bubble”. O termo na verdade existe também em português, e é comumente conhecido como “bolha imobiliária”. É o resultado de uma alta nos preços dos imóveis em uma dada região, sendo que essa alta geralmente é causada por fatores como crescimento da economia e aumento do produto interno bruto de um país. O lado negativo disso é que, quando esses estímulos externos acabam, ou quando os imóveis atingem um preço que não é mais sustentável, os preços caem e a economia desanda, por assim dizer.
Então como funciona essa atual “real estate bubble” que está acontecendo no Canadá nos últimos meses, particularmente em Vancouver?
De acordo com o jornal canadense Huffington Post, o mercado imobiliário de Vancouver é o mais caro de todo o Canadá, sendo que os preços dos imóveis em New Brunswick constam como os mais baratos do país. Mesmo assim, a demanda por imóveis continua alta, tanto em Vancouver quanto em outras cidades, e a disponibilidade de imóveis para venda ainda continua a desejar. Por essa razão os especialistas sugerem que os preços não devem baixar tão cedo.
Mas o fenômeno do “real estate bubble” não é novo. De fato, ele já vem acontecendo faz alguns anos, sendo visível principalmente nas cidades de Vancouver, Toronto e Alberta. O Bank of Canada admite que é possível que haja um reajuste nos preços dos imóveis, o que pode vir a afetar famílias mais vulneráveis, tipicamente representadas por jovens adultos com renda estável (mas sem muita previsão de crescimento) e dívidas, principalmente em formato de student loans e mortgages.
Para entendermos esse assunto mais a fundo, vamos ver um pouco como funciona a cultura norte-americana dos empréstimos.
Student loans e Mortgages
No Canadá, assim como nos Estados Unidos, student loans e mortgages são as dívidas mais comuns que os cidadãos possuem, principalmente os jovens adultos recém-saídos das universidades.
No caso dos student loans, ou empréstimos estudantis, tudo começa a fazer sentido quando lembramos que não existem universidades gratuitas no Canadá, e bolsas de estudo, pela sua própria natureza, não estão disponíveis para a grande maioria da população. Sendo assim, é muito comum que os jovens adultos - que, pela própria cultura norte-americana são mais independentes financeiramente dos pais em comparação aos jovens brasileiros - se endividem com loans, ou emprésticos bancários, que caem em uma categoria especial dedicada aos estudos. A ideia por trás é que, ao terminar a faculdade, o estudante poderá então conseguir um bom emprego que lhe permita arcar com as despesas do curso já realizado. Na prática, no entanto, nem sempre é isso o que acontece, e as dívidas acabam se acumulando mais.
Os casos de mortgages são bastante similares. Na cultura norte-americana, raramente uma pessoa irá comprar um imóvel à vista, ou realizar um acordo diretamente com o proprietário ou com a imobiliária para pagamentos mensais, como é comum no Brasil. Por aqui existe o conceito de mortgage, que na verdade funciona de uma maneira muito similar a uma hipoteca. Então basicamente temos um imóvel para o qual o futuro dono faz um depósito inicial. O restante é dividido em valores que devem ser pagos mensalmente, com juros, diretamente para o banco que realizou as negociações do mortgage, de acordo com o histórico de crédito que o cliente possui. Quanto mais o futuro dono pagar referente àquele imóvel, maior será a sua equity sobre aquele imóvel, ou seja, maior será a porcentagem do imóvel que de fato é sua. Mortgages podem ser negociadas de diversas formas, dependendo de cada banco e da renda da família, mas é muito comum que os pagamentos mensais sejam constantes por grandes períodos de tempo, como 25 ou 30 anos.
E com tudo isso estamos geralmente falando a respeito da compra de um primeiro imóvel, realizada por jovens adultos, alguns dos quais ainda possuem dívidas estudantis para pagar. Com salários que não são dos mais altos, porque estamos falando geralmente de recém-graduados, e que raramente têm previsão de aumento em um curto período de tempo. E assim temos o cenário do problema, ou a essência dele.
Os bancos canadenses estão expostos ao mercado imobiliário em Toronto e Vancouver, que, por representarem cerca de um terço das mortgages do mercado imobiliário canadense, têm influência sobre o restante do país também. Se uma quebra nesse mercado acontecer, seja por alta no desemprego ou por qualquer outro motivo econômico, a quantidade de mortgages poderá diminuir, fazendo com que os bancos, por sua vez, sofram com a diminuição de fluxo relacionado a esse fenômeno. Ainda assim, o Bank of Canada sugere que a probabilidade de ocorrer algum problema é baixa.
Como isso influencia a situação de quem aluga?
Por definição, um real estate bubble ocorre quando o aumento dos preços dos imóveis é maior do que o aumento dos aluguéis. Na atual bubble canadense, o maior perigo, digamos assim, é representado na forma de gastos e dívidas, ao invés de ganhos. Dessa forma, quem compra um imóvel hoje está se comprometendo com valores mensais de mortgage, impostos, percentuais que ficam retidos com os brokers, ou agentes imobiliários, além de gastos extras com renovação e reformas. Na hora de alugar o imóvel, caso seja esse o plano, dificilmente o aluguel irá cobrir todos esses custos. Caso o plano seja morar naquele imóvel, os pontos positivos podem ser resumidos pelo fato de que o imóvel será efetivamente seu daqui a 30 anos, porém a um custo muito mais salgado do que seria um pagamento mensal de aluguel. Como um investimento, portanto, não é a melhor escolha.
Para quem aluga, no entanto, não existe necessariamente uma perda de investimento, já que, muito embora o valor gasto com um aluguel não esteja sendo investido, por assim dizer, em uma propriedade, o restante do valor que seria investido em um mortgage pode ser agora liberado para que possa ser investido em outros tipos de recursos, como ações, por exemplo, fazendo com que o ganho de capital do investidor seja de fato maior se comparado à aquisição de um imóvel através de um mortgage - e também levando em conta os gastos extras gerados pelo imóvel em si.
Seguindo essa lógica, as gerações mais novas estão optando por uma alternativa à tradicional aquisição de um imóvel, gerando um fenômeno conhecido popularmente como “the rise of the permanent renter”, ou o surgimento do locatário permanente, segundo a tradução literal. De acordo com uma matéria do jornal Huffington Post, a ideia por trás disso é que as gerações mais novas não se sentem confortáveis com o plano tradicional de criar raízes, tanto para si quanto para o seu dinheiro, através da compra de um imóvel. Com uma economia que caminha em direção a importantes mudanças impulsionadas pelo advento de novas tecnologias, a possibilidade de uma mudança de cidade ou de província (ou mesmo uma mudança de país, em alguns casos) é real para os jovens canadenses, que preferem, em muitos casos, manter sua flexibilidade como locatários, investindo seu dinheiro em outros recursos de forma que, a longo prazo, o seu patrimônio cresça.
Com tudo isso, a conclusão parece lógica, embora ainda seja cedo para afirmar, mesmo para os economistas: a demanda por apartamentos e casas para alugar tem tendência a crescer cada vez mais, enquanto que a disponibilidade desses lugares poderá não acompanhar a demanda. Com uma diferença grande entre oferta e demanda, a regra é que os preços tendam a subir, mas, claro, isso é apenas uma especulação.
Na verdade, de acordo com a mesma matéria do jornal Huffington Post, as cidades canadenses estão investindo na construção de mais imóveis destinados ao aluguel, imóveis estes que não passam pela mão de proprietários, mas são gerenciados diretamente pelas construtoras. Calgary é a cidade que mais está à frente no quesito construção, com 389% a mais de unidades sendo construídas do que a média calculada entre os anos de 1990 e 2014.
Dessa forma, previsões quanto ao mercado imobiliário continuam sendo especulativas. Tudo irá depender de como a bolha imobiliária irá se comportar. Mas há especialistas que dizem que o mercado irá permanecer estável por todo o ano de 2016, sendo que, nesse caso, cabe a cada indivíduo a decisão de alugar ou comprar o seu imóvel.
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Quem nos acompanha nas redes sociais sempre se depara com o termo “PR”, mas nem todo mundo sabe o que essa sigla significa. Além disso, o objetivo de quem quer imigrar para o Canadá não é obter a cidadania canadense?
Neste texto vamos falar sobre a diferença entre PR e cidadania, e também vamos explicar como funciona para conseguir um e outro. Uma coisa é certa: os dois são objetivos de quem imigra!
O PR
“PR” é a sigla em inglês para Permanent Residency, residência permanente. É basicamente o título que você recebe (permanent resident) quando chega no Canadá na qualidade de novo imigrante.
Nós falamos bastante sobre os vários jeitos possíveis de imigrar para o Canadá, e é bacana saber que todos eles têm como objetivo a conquista de um PR. Independentemente de você escolher imigrar através de estudos ou através do Express Entry, o resultado será o mesmo.
Isso também abre a oportunidade de relebrarmos a diferença entre residência temporária e residência permanente: a residência temporária, como o próprio nome já diz, possui um tempo determinado em que permanece válida. Já a permanente não. A residência temporária é conseguida com a obtenção de um visto de turismo, de estudo ou de trabalho. A residência permanente é conseguida somente através de um processo de imigração.
Como residente permanente, você terá quase os mesmos direitos de um cidadão canadense: você é livre para ir e vir, podendo escolher livremente em qual província e em qual cidade morar, você terá permissão para trabalhar livremente, sem limite máximo de horas por semana, poderá contar com o benefício de pagar tuition mais barata nos colleges e universidades (tuition para estudantes internacionais geralmente é mais cara do que para os estudantes domésticos), e poderá contar também com outros benefícios, tais como plano de saúde provincial e maiores opções de investimentos bancários.
A cidadania
Se imaginarmos o processo de imigração como uma escada, a cidadania estará representada pelo último degrau, como sendo o objetivo final da jornada de imigração. O PR estará logo abaixo, sendo o penúltimo degrau. A residência temporária, por sua vez, poderá ou não estar presente nessa nossa escada, pois ela nem sempre é necessária para se obter um programa de imigração.
Você pode sim imigrar através dos estudos, e isso colocaria na sua jornada um período em que você estaria no Canadá como residente temporário, mas você também pode se qualificar para um programa de imigração como o Express Entry ou um programa provincial, e nesse caso você pode já sair do Brasil como residente permanente, sem precisar ter sido reisdente temporário antes.
A cidadania, sendo a última etapa da sua jornada de imigração, basicamente faz com que você seja um canadense por completo. Você terá direito a ter um passaporte canadense (mesmo com PR você continua sendo cidadão somente do Brasil e seu passaporte continuará sendo o brasileiro), e também terá direito a votar nas eleições canadenses e, se você almejar seguir carreira política, também poderá ser elegível para cargos políticos.
Mas a conquista da cidadania, embora seja o passo seguinte à conquista do PR, não é automática. Assim como a conquista do PR, a da cidadania também exige um processo que irá levar tempo e documentos, e também conta com um requisito a mais: uma prova de conhecimentos gerais sobre o Canadá!
Vamos ver então quais são as regras para se conseguir a cidadania canadense:
1) Tempo de estadia no país
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a cidadania não é conseguida automaticamente. Ela é o resultado de um processo, assim como funciona com o PR. O primeiro requisito é que o candidato tenha estado no Canadá durante um período de 1.460 dias (ou seja, quatro anos) em um período de seis anos antes que possa dar entrada no processo.
Como funciona: os quatro anos em que você deve estar fisicamente presente (como residente permanente - residência temporária não conta) no Canadá não precisam ser ininterruptos, ou seja, você pode ir viajar normalmente e voltar quantas vezes quiser, mas o total de dias que você deve estar fisicamente presente no país continua sendo 1.460, e esses 1.460 devem estar distribuídos dentro dos seus 6 primeiros anos no Canadá. Essa regra não se aplica para crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade.
Ainda sobre o tempo de estadia no país, é preciso que o candidato fique no Canadá pelo menos 6 meses (183 dias) por ano de maneira ininterrupta. Isso significa que viajar para fora do Canadá durante 1 mês por ano é ok, você só terá que “repor” esses 30 dias na sua conta, esperando 30 dias a mais antes de aplicar para a cidadania, porém não será possível viajar por mais do que 6 meses seguidos a cada ano.
2) Imposto de renda
O candidato à cidadania precisa ter declarado o seu income tax nos quatro anos imediatamente anteriores à aplicação para a cidadania.
3) Intenção de residir
Essa questão gerou bastante polêmica no ano passado, quando essa e outras novidades nas regras de eligibilidade para a cidadania passaram a entrar em vigor. Basicamente, a “intenção de residir” é isso mesmo: uma declaração da sua intenção de permanecer no Canadá durante o tempo em que o seu processo de cidadania estiver sendo analisado e também após conquistar sua cidadania. Isso engloba também obrigações fiscais para com o país.
4) Proficiência no idioma
Pessoas entre 14 e 64 anos de idade devem provar que possuem um conhecimento satisfatório de um dos dois idiomas oficiais do Canadá, inglês ou francês. Esse conhecimento do idioma estrangeiro pode ser comprovado através de provas como o IELTS e o TEF, ou então através de um diploma de um curso de college ou curso universitário que você tenha completado, sendo que o curso deve ter sido conduzido inteiramente em um dos idiomas oficiais (ou ambos).
5) Prova de conhecimentos gerais sobre o Canadá
Para ser um cidadão, é preciso que você comprove que tem conhecimento a respeito das leis, dos deveres e dos direitos de um cidadão canadense. Também é preciso que você comprove que conhece o país do qual pretende se tornar cidadão, ou seja, você deve ter conhecimento sobre a história, os valores, as instituições e os símbolos do país. Assim como o requisito de proficiência no idioma, o teste de conhecimentos gerais deve ser realizado somente por pessoas entre 14 e 64 anos de idade.
No caso de crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade, é preciso que um guardião legal da criança seja cidadão canadense ou então esteja aplicando para a cidadania ao mesmo tempo que a criança. Assim, a criança continua sendo dependente desse guardião, fazendo parte do mesmo processo.
Dúvidas frequentes
Eu apliquei para a cidadania antes de junho de 2015. Devo me adequar às novas regras?
Não. As novas regras (que estão descritas logo acima) começaram a valer a partir de 11 de junho de 2015. Portanto, para todo mundo que aplicou para a cidadania antes disso continuam valendo as regras anteriores. Você pode comparar a mudança das regras aqui.
Se eu me casar com um cidadão canadense, eu recebo a cidadania automaticamente?
Não. A cidadania canadense não pode ser adquirida por meio do casamento. Se você se casar com um(a) canadense, no entanto, ele(a) poderá patrocinar você em um programa específico de imigração chamado de spousal sponsorship.
Se eu tiver um filho no Canadá, ele será cidadão canadense?
Sim. De acordo com o Citizenship Act, pessoas nascidas no Canadá são cidadãos canadenses, independentemente do status de seus pais (se são cidadãos também ou não).
Se eu tiver um filho no Canadá, poderei obter a cidadania mais facilmente?
Não. Embora a criança nascida no Canadá seja cidadã canadense, os pais não ganham nenhum direito ou nenhuma facilidade quanto ao próprio processo de cidadania ou PR. Eles deverão seguir o caminho normal para a obtenção do PR e da cidadania, ou seja, através da aplicação para um programa de imigração.
Tenho dupla cidadania, brasileira e europeia. Isso traz vantagens?
Para o turismo, sim. Para a cidadania, no entanto, ter um passaporte europeu não muda nada. Será preciso aplicar normalmente para um programa de imigração, que irá avaliar as suas qualificações (estudos, experiência de trabalho, nível de proficiência no idioma, etc.) e que irá ou não permitir que você venha para o Canadá na qualidade de residente permanente. A partir disso, você pode aplicar para a cidadania se obedecer a todos os requisitos dos quais falamos aqui.
Quanto tempo leva para uma aplicação de PR ou cidadania ser processada?
É importante lembrar que os prazos oferecidos pela imigração canadense são apenas estimativas do tempo que demora para que cada tipo de visto seja processado. Na prática, a sua aplicação pode ser processada em mais ou menos tempo, dependendo da quantidade de processos que os oficiais tenham para analisar no mesmo período, e dependendo também se será exigido algum documento extra para reforçar a sua aplicação.
Dito isso, as aplicações para residência permanente não são necessariamente processadas mais rapidamente do que as aplicações para a cidadania, já que existem diversos programas de imigração, cada um com seu próprio tempo de processamento. Através do Express Entry, por exemplo, é possível ter o PR em mãos em cerca de 6 meses. Através de spousal sponsorship para cônjuge que mora fora do Canadá, o processo pode levar 17 meses; para o cônjuge que mora no Canadá como residente temporário, pode levar cerca de 26 meses.
Para a cidadania, de acordo com as estimativas da imigração, as aplicações são processadas em cerca de 12 meses.
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Já estamos na época de entregar o imposto de renda no Brasil. E isso todo mundo sabe como funciona: você reúne os seus ganhos e os seus gastos, preenche formulários e envia a sua declaração. No Canadá funciona da mesma maneira com o tax return: você calcula seus ganhos e gastos, preenche formulários e envia a sua declaração. Simples, não?
A teoria parece bem simples mesmo. Mas as diferenças entre o imposto de renda brasileiro e o tax return canadense podem confundir os declarantes de primeira viagem, principalmente os novos residentes permanentes, em seu primeiro ano como imigrantes no Canadá.
Para não correr o risco de cometer erros no preenchimento dos formulários e na reunião dos documentos, resolvemos bolar este texto para explicar um pouco como funciona a questão do tax return.
Saída definitiva do Brasil
Você saiu do Brasil e está agora morando no Canadá. Mas a Receita Federal não sabe disso. Assim, para efeitos de impostos, você continua sendo um residente fiscal brasileiro. Isso significa que você continua estando sujeito a declarar o imposto de renda. Para resolver essa situação, existem dois documentos simples que devem ser entregues à Receita no Brasil: a comunicação de saída definitiva e a declaração de saída definitiva.
Comunicação
A comunicação de saída definitiva do Brasil (CSDP) é um documento mais simples, que deve ser preenchido pelo imigrante dentro do primeiro ano como residente permanente em outro país. Ela literalmente serve para comunicar a saída definitiva, como se fosse uma carta. Existe, claro, um formulário específico que deve ser preenchido, e existem números de documentos que devem ser fornecidos (e datas também). Para a comunicação, você irá precisar de:
A data da caracterização de não residente é a data que consta na sua carteira de PR menos um dia. Por exemplo: se você virou residente permanente do Canadá em 15 de junho, a data em que você se caracteriza como não residente brasileiro é 14 de junho. O motivo para isso é que você legalmente não pode residir em caráter permanente em dois países ao mesmo tempo (no caso, mesmo dia), então por isso a data de não residência (saída) no Brasil será sempre um dia antes da data de residência (entrada) no Canadá.
Além disso, ao preencher a comunicação de saída definitiva você irá se deparar com a possibilidade fornecer um procurador no Brasil, ou seja, uma pessoa que poderá representar você perante o fisco. Em suma, o procurador será a pessoa que ficará responsável por enviar a você no exterior os valores (se houver) que estão por ser recebidos ainda no Brasil, referentes a serviços/atividades profissionais que você tenha prestado/realizado, ou a aluguéis, por exemplo. O procurador pode ser um familiar, um amigo, um advogado, enfim, qualquer pessoa escolhida por você, desde que não haja restrições legais. Caso você decida por um procurador, será preciso informar o nome, o CPF e os dados de contato da pessoa.
Para os residentes temporários, dependendo do tempo em que permanecerem no Canadá, também será preciso comunicar a não residência no Brasil. Em geral, esse tempo é calculado em 1 ano a partir do momento da saída do Brasil. Assim, se você estiver, por exemplo, estudando no Canadá e o seu curso for superior a 1 ano, você irá precisar comunicar a sua saída à Receita Federal, em caráter temporário.
Declaração
Segundo o site da Receita Federal, a declaração de saída definitiva do Brasil (DSDP) é “relativa ao período em que tenha permanecido na condição de residente no Brasil no ano-calendário da saída ou da caracterização da condição de não residente, do primeiro dia útil do mês de março até o último dia útil do mês de abril do ano-calendário subsequente ao da saída definitiva ou da caracterização da condição de não residente”.
Na prática, essa declaração é feita através do mesmo programa que é utilizado para a declaração do imposto de renda tradicional e, assim como o imposto de renda, ela deve ser entregue até o último dia útil do mês de abril do ano em questão.
Sendo assim, essa declaração corresponde à última declaração de imposto de renda brasileiro que a pessoa física deve fazer, referente ao período em que ainda era residente fiscal brasileiro, mesmo que não tenha residido no Brasil durante 100% do ano-calendário. Nesse caso, será preciso fazer o imposto de renda brasileiro referente ao período do ano-calendário em que ainda era residente fiscal brasileiro, e o tax return canadense referente ao período seguinte, compreendendo os meses desde a entrada no Canadá na condição de residente permanente até o final do ano fiscal canadense.
A declaração do imposto de renda é uma responsabilidade do cidadão brasileiro perante o fisco e, uma vez entregue a comunicação e a declaração de saída definitiva, o cidadão fica liberado dessa responsabilidade, uma vez que não reside mais no país em caráter permanente.
Mesmo que o cidadão seja isento de declarar o imposto de renda anteriormente à data em que se tornou não residente brasileiro, será preciso realizar a declaração de saída definitiva do país. O motivo para isso é uma questão sujeita a interpretações. Uma das mais aceitas é que o cidadão em si não é isento de imposto de renda, mas os seus rendimentos sim, desde que se encaixem em determinada categoria, e isso pode sofrer alterações de acordo com mudanças na quantia dos rendimentos em si ou com mudanças na legislação.
O imposto de renda brasileiro
O cidadão brasileiro, mesmo residindo no exterior, deverá continuar declarando o imposto de renda caso continue recebendo remuneração de fontes pagadoras no Brasil, por serviços prestados ou por motivo de aluguel de imóvel, por exemplo. Essa remuneração, no entanto, não deve ser declarada como um imposto de renda tradicional, uma vez que o cidadão em questão já não é mais residente brasileiro em caráter permanente. Sendo assim, o rendimento em questão não estará sujeito aos ajustes anuais seguintes.
Os rendimentos de fontes pagadoras que estão no Brasil devem estar sujeitos a tributação na fonte (ou a tributação definitiva no caso de ganho de capital), mas isso somente a partir da data em que se caracterizou a saída definitiva do Brasil. Assim, é importante informar, na declaração de saída definitiva, se há fonte(s) pagadora(s). Para a(s) fonte(s) pagadora(s), por outro lado, é importante também que você informe a data em que se caracteriza como não residente brasileiro.
Nesse caso, caso você ainda tenha rendimentos a receber que têm origem no Brasil, será preciso informar um procurador, que é a pessoa que ficará como intermediário entre a fonte pagadora, no Brasil, e você, no exterior.
O tax return canadense
Como o Canadá possui um sistema de governo no qual cada província possui liberdade para criar certas leis e regulamentos, assim como taxas e impostos, o tax return no país não funciona da mesma forma para todo mundo. Isso quer dizer que a quantia que o cidadão ou residente permanente deve pagar e pode ter direito a receber será diferente dependendo da província onde mora.
Como regra geral, o cidadão ou residente deve preencher os formulários correspondentes à província onde residiu no final do ano. A exceção disso é caso o indivídio tenha morado em uma província no final do ano mas tenha vínculos significativos de residência em uma outra província (ou mais). Esses vínculos são caracterizados por imóveis que são de propriedade do indivíduo, e também por familiares diretos, ou seja, cônjuge e dependentes diretos. Contas em banco e outros itens também podem caracterizar vínculo de residência. Caso a pessoa tenha vínculos em duas ou mais províncias, independentemente da província em que residiu no final do ano, o tax return deverá seguir as regras exigidas para a província onde o indivíduo possui os vínculos de residência mais significativos. Assim, se a pessoa residiu em Alberta no final do ano, tem um apartamento em BC e uma casa, esposo(a) e filho(s) em Ontário, o tax return deverá seguir o que é fixado para a província de Ontário, pois é lá que ele tem mais vínculos.
Como residente canadense, é preciso declarar os rendimentos recebidos tanto no Canadá quanto no exterior. Assim, caso você ainda tenha rendimentos no Brasil, como resultado de serviços que você preste à distância, ou como aluguel de um imóvel em seu nome, será preciso colocar essas informações na hora de declarar. Os rendimentos devem ser convertidos para o dólar canadense (assim como os rendimentos canadenses devem ser convertidos para o real na hora de declarar o imposto brasileiro), levando em consideração o câmbio do dia em que foram recebidos. Como você nesse caso irá fazer a declaração de renda no Brasil, você não irá precisar deduzir nenhum valor na hora de declarar esse rendimento no Canadá. Em vez disso, você pode ser elegível para um foreign tax credit.
Guias informativos podem ser encontrados no site do CRA, ou Canada Revenue Agency.
Saiba mais sobre a questão do imposto de renda e do tax return: veja a nossa entrevista com o contador Francisco Megale.
Você com certeza já ouviu falar que existem várias maneiras de imigrar para o Canadá, certo? Nós falamos bastante sobre o Express Entry e seus números, mas na verdade existem mais de 50 programas de imigração diferentes!
Cada um desses programas é destinado a grupos específicos de pessoas, e esses grupos são formados por perfis, ou características particulares que são atraentes para o governo federal ou para as províncias, de acordo com as necessidades econômicas do país. Assim, um perfil é composto por itens como faixa etária, nível educacional, anos de experiência de trabalho (lembrando que a maioria dos programas irá contar somente como experiência de trabalho o trabalho que for remunerado e full time, ou seja, geralmente mais do que 30 horas por semana). Além disso, outras características podem ou não fazer diferença, como a presença de um familiar no Canadá, ou experiência de trabalho internacional (particularmente, claro, no Canadá e, em especial, se for relacionada à área ou à profissão em que o candidato possui maior experiência total).
O Sponsorship é um desses programas. Bem, para falar a verdade, ele é uma categoria que engloba alguns programas diferentes, mas todos com um quesito em comum: a existência de um sponsor.
Em inglês, “sponsor” significa patrocinar, ou patrocinador. Na prática, e dentro do nosso contexto, “sponsorship” é quando uma pessoa patrocina outra para fins de imigração, ou seja, oferece um convite e se responsabiliza até certo ponto, envolvendo-se no processo de imigração também.
Antes de mais nada, é importante notar um detalhe muito importante: para os programas de sponsorship, o sponsor, ou patrocinador, deve ser um cidadão canadense ou residente permanente, deve efetivamente morar no Canadá (independentemente da província, desde que seja em território canadense) e deve ter no mínimo 18 anos de idade. Quem está no Canadá com visto de estudo ou visto de trabalho não é elegível para ser um patrocinador.
Então quais são os processos de imigração que se encaixam dentro da categoria de sponsorship? Vamos ver a seguir.
1) Spousal Sponsorship
O programa mais comum dentro da categoria de sponsorship é o spousal sponsorship. Como o próprio nome já diz, ele é destinado a auxiliar o cônjuge a vir para o Canadá.
Para patrocinar o cônjuge para imigrar para o Canadá sob a categoria de spousal sponsorship, é preciso que o sponsor possa comprovar que:
Agora que sabemos quais são as exigências da parte do sponsor, é preciso observar algumas regras quanto às exigências por parte do(a) candidato(a) à imigração. Para ser aceito nessa categoria, o cônjuge precisa:
É interessante notar que as regras acima serão sempre observadas, independentemente de o casal ser do mesmo sexo ou não. No Canadá, parceiros do mesmo sexo não encontram nenhuma barreira para fins de imigração, adoção ou qualquer outro serviço, desde que comprovem o relacionamento por meio de certidão de casamento, comprovação de união estável, etc., da mesma forma como funciona para casais de sexos opostos.
Existe ainda uma terceira configuração possível, mas muito dificilmente poderá ser aplicada no caso dos brasileiros:
Caso não morem juntos: esse caso, em que os parceiros são chamados de conjugal partners, é devido a situações externas (fora do controle do casal) que não permitem que o casal more junto para que seja configurado um relacionamento de união estável ou casamento. Nesse caso, será preciso comprovar que o relacionamento já dura pelo menos 1 ano (12 meses), que o nível de comprometimento com o relacionamento é o mesmo que seria no caso de uma união estável ou casamento, e que os dois estão impossibilitados de morar juntos devido a uma barreira geográfica (um imigrou e o outro não, desde que possa ser comprovado que foram recebidas recusas quanto a estadia permanente nos países um do outro), ou devido a barreiras legais (caso um seja casado e o divórcio não seja permitido por lei no país de origem, ou caso o casal seja homoafetivo e o casamento homoafetivo não seja permitido por lei no país de origem).
*Para comprovar união estável (common-law), a declaração de união estável brasileira não tem validade para fins de imigração. Serão aceitos como comprovantes documentos que mostrem que o casal possui investimentos ou contas conjuntas, que possuem um imóvel ou contratos de aluguel em nome dos dois, ou que as contas da casa vêm no nome dos dois. Outros documentos poderão também ser aceitos, dependendo de cada caso.
2) Dependent Child Sponsorship
Para patrocinar um ou mais filhos, além de o patrocinador dever comprovar que possui os meios financeiros para se responsabilizar pela criança (ou adolescente), é preciso que apresente documentos que comprovem que possui a guarda legal do menor, independentemente de o filho ser biológico ou adotivo.
É importante lembrar, no entanto, que os filhos só são considerados dependentes, para fins de imigração, até os 19 anos de idade, desde que não possuam cônjuge ou parceiros em relacionamento similar a um casamento. A única maneira pela qual um(a) filho(a) pode ser considerado dependente após os 19 anos é caso seja uma pessoa com deficiência, seja física ou cognitiva.
Caso haja um parceiro, cônjuge ou ex-cônjuge que também possua a guarda do menor mas não deseje imigrar para o Canadá, será preciso que forneça uma declaração, um documento que permita que a criança (ou adolescente) imigre para o Canadá sob a responsabilidade do outro pai.
3) Parent and Grandparent Sponsorship
Para patrocinar a imigração de pais e avós é preciso ficar atento aos períodos em que o governo canadense oferece abertura para que novas aplicações sejam submetidas. O motivo: por ser um programa bastante popular, muitas pessoas têm interesse em aplicar, o que faz com que o cap, ou limite máximo permitido por ano, seja atingido em pouco tempo. Dessa forma, o governo canadense encerra o prazo para o recebimento de novas aplicações para que as aplicações já recebidas possam ser processadas. No momento do encerramento do programa, o governo informa a data de abertura para o ano seguinte.
Sendo assim, notamos que o intake (ou aceite de novas aplicações) para 2016 já se encerrou, e, segundo a imigração canadense, a abertura do próximo período de intake acontecerá em 3 de janeiro de 2017, com um cap de 10.000 aplicações.
Quando uma pessoa aplica para patrocinar um pai ou um avô, é preciso comprovar que possui os meios financeiros suficientes para ser responsável por aquela pessoa e seus dependentes. Dessa forma, existem limites mínimos referentes ao salário que o sponsor recebe, para que seja definido se será elegível ou não. Esse suporte financeiro deve estar disponível por um período de 3 a 10 anos, dependendo da idade da pessoa patrocinada e do grau de parentesco.
Caso o sponsor tenha patrocinado outro membro da família anteriormente e essa pessoa tenha precisado pedir auxílio financeiro do governo (algo que é contra um dos requerimentos em termos de imigração via sponsorship), o sponsor não será elegível para patrocinar outra pessoa.
4) Outros parentes
Para patrocinar outros parentes, as regras são essencialmente as mesmas que são válidas para os processos de sponsorship de cônjuge, filhos, pais e avós. Em primeiro lugar, é preciso que o patrocinador tenha mais de 18 anos de idade e que tenha como comprovar que poderá fornecer suporte financeiro para o parente patrocinado e seus dependentes legais. Também deverá se certificar (e fornecer declarações que sejam satisfatórias para os oficiais de imigração) de que o parente candidato à residência permanente via sponsorship não irá precisar pedir auxílio financeiro do governo.
Caso isso tenha acontecido anteriormente, ou seja, caso o sponsor tenha patrocinado outro parente e este tenha precisado pedir auxílio financeiro do governo canadense, o sponsor não será elegível para patrocinar outro parente, independentemente do grau de parentesco. O motivo para isso, nesse caso, é simples: ele de fato não conseguiu cumprir com um dos requisitos para que fosse um sponsor, que é justamente se certificar de que o parente em questão não precise pedir auxílio financeiro do governo.
Quanto a quem você pode patrocinar, existem duas opções:
Independentemente do programa, caso você ou a pessoa patrocinada tenham sido condenados por crimes cometidos, no Canadá ou no país de origem, esse fato poderá representar uma barreira para a imigração, dependendo do tipo de crime, há quanto tempo foi cometido, e se houve suspensão do registro ou não.
Quer saber mais sobre Family Sponsorship? Entre em contato!
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7 dicas essenciais para quem quer imigrar para o Canadá!
O sistema de ensino no Canadá é igual ao do Brasil, certo? Tem ensino fundamental, ensino médio, cursos técnicos, universitários, mestrado e doutorado, certo? Hmm… será?
É verdade que o sistema como um todo por aqui é muito parecido com o nosso em alguns aspectos, mas existem algumas diferenças fundamentais que devem ser observadas se você tem interesse em seguir seus estudos por aqui.
A lógica quanto à sequência da educação continua sendo a mesma: para fazer o ensino médio você precisa ter passado pelo ensino fundamental, para fazer um curso profissionalizante ou universitário você precisa estar no final do ensino médio ou já ter encerrado o ensino médio. Para fazer mestrado você precisa ter feito um bacharelado, e assim por diante.
A nomenclatura, no entanto, muda bastante. E também muda a organização geral dos cursos, as matérias, assim como os requerimentos para que o estudante seja aceito (o que é muito importante principalmente quando o caso é mestrado ou doutorado).
Programs, courses, majors e minors
No Canadá, não podemos traduzir “cursos” (como conhecemos no Brasil) como “courses”. O motivo? Um “course” no Canadá é uma “matéria” ou “disciplina” no Brasil. Se você quer dizer “eu cursei Filosofia”, querendo dizer que todos os seus 4 anos universitários foram dedicados à Filosofia, e disser “I took a philosophy course”, os canadenses irão entender que você fez uma matéria cujo assunto era Filosofia, independentemente do “curso” que você fez na universidade. “Cursos” brasileiros são equivalentes aos “programs” canadenses. Um “program” é um conjunto de “courses”, ou matérias.
No entanto, diferentemente do que acontece no Brasil, os programs canadenses não são fechados, ou seja, aqui é possível fazer alguns courses (matérias) fora do seu program. E aqui entramos no assunto de “majors” e “minors”. Dificilmente um canadense (ou americano, já que a lógica é a mesma), irá falar “Eu cursei Ciência da Computação” (“I had a program on Computer Science). Ele irá, sim, falar “Meu major é em (“I majored in”) Ciência da Computação”.
Um major é definido em termos de “core courses”, ou seja, matérias principais. São as matérias que fazem com que o program seja, de fato, focado em, por exemplo, Ciência da Computação. Além disso, existem as matérias (courses) eletivas, em que o aluno efetivamente escolhe, baseando-se, por exemplo, em seus interesses ou na relevância que aquele assunto terá para o mercado de trabalho, por exemplo. Essas matérias eletivas irão complementar os créditos (credits) do programa. Os créditos, por sua vez, são contados a partir de um sistema de pontuação, em que cada course (matéria) possui um número definido de credits, e, para se completar um program, é preciso completar um certo número de credits, o que é possível quando se somam todos os credits dos courses concluídos.
Minors, por sua vez, são formados por conjuntos menores de “core courses”, que são realizados em paralelo aos cursos do major. Assim, você pode sair da universidade com um major em Ciência da Computação e um minor em Filosofia. O minor possui “core courses” suficientes para ser classificado como pertencente à área da Filosofia, mas, ao mesmo tempo, não possui courses suficientes para ser considerando aprofundado à maneira de um major.
BA, BSc, Undergrad e Grad School
No Brasil, quem faz um curso universitário se forma com um título de bacharelado (ou licenciatura, dependendo do caso e/ou do ano em que você se formou). No Canadá, quem faz um curso universitário sai da universidade com um BA ou um BSc. BA é a sigla para Bachelor of Arts, que geralmente é utilizada para cursos mais teóricos e focados na profissão como é praticada atualmente, ou seja, não são necessariamente muito focados em pesquisa para o avanço da profissão. Já BSc é a sigla para Bachelor of Science, que é destinada para cursos que dão bastante ênfase em pesquisa científica. É comum que uma universidade ofereça em seu “menu de cursos” dois cursos com um mesmo título (por exemplo, Ciência da Computação) mas que, na sequência, são diferenciados por um “BA” ou um “BSc”, de acordo com a ênfase dada à pesquisa científica em cada um deles.
Tanto o BA quanto o BSc são boas opções, dependendo do foco do estudante. Como ocorre para (quase) todas as coisas no mundo, não existe uma escolha que funcione para todo mundo, então o programa que irá funcionar melhor para você irá depender das suas prioridades. Se você deseja ingressar na profissão logo ao se formar (ou, de preferência, antes), talvez um BA seja uma melhor escolha, porém se você pretende ir para a área da pesquisa científica na sua profissão, um BSc pode abrir mais portas.
A experiência profissional também é importantíssima no caso de quem quer seguir em frente na carreira acadêmica. Por experiência profissional nós queremos dizer experiência direta em trabalhos de pesquisa científica. Trabalho voluntário, participação em grupos de estudos, participação em grupos de associações universitárias, presença em sala de aula, proximidade com os professores, etc. Tudo isso pode contar pontos valiosos, pois para um mestrado (Master’s Degree), ter referências é extremamente importante. E essas referências devem ser dadas por professores que realmente atuaram com você em projetos de pesquisa, idealmente por grandes períodos de tempo (6 meses, 1 ano, ou mais).
O nosso “doutorado” é o “PhD” do Canadá. Tanto o Master’s Degree quanto o PhD são considerados “graduate studies”, ou, para os íntimos, “grad school”. Bacharelados são considerados não como “cursos de graduação”, como no Brasil, mas como “undergraduate studies”, ou “undergrad”.
O título que foge a essa lógica é o “postgraduate”, que se refere a cursos que são feitos após qualquer graduação - e aqui queremos dizer “conclusão bem-sucedida” -, seja de ensino médio ou de um curso universitário ou college.
Falando em college, esse é um termo que pode confundir muita gente, já que pode ser usado de maneiras diferentes dependendo do contexto. Em conversas informais, quando uma pessoa diz “college” (“when I was in college…”) ela pode estar se referindo tanto a um curso universitário quanto a um curso profissionalizante, realizado em um college propriamente dito. Outras palavras mais genéricas podem ser usadas, como “uni” (para se referir a uma universidade, independentemente do tipo de curso que a pessoa realizou) ou “school” (para se referir a literalmente qualquer tipo de curso, desde ensino fundamental até PhD. Nesse caso, geralmente o que irá definir o contexto será o restante da frase, por exemplo: “I went to school to become a therapist”. Se você sabe que no Canadá psicólogos só podem atuar com um PhD, então “school” está se referindo, na verdade, a “grad school”, ou PhD)
Confuso? À primeira vista todos os conceitos parecem assustadores para quem está na posição de decidir o que estudar. Mas fique tranquilo: dê tempo ao tempo e procure se familiarizar com os termos canadenses: quanto mais informações você tiver, mais fácil será a sua decisão.
Outra informação interessante: “degree” é uma palavra usada para se referir a bacharelado, mestrado e doutorado de maneira ampla (sendo usado no lugar de academic degree). Exemplo: quando uma pessoa pergunta se você tem um “degree”.
Statement of Completion, Certificate, Associate Certificate e Diploma
Esses títulos são voltados para cursos que têm, geralmente, duração mais curta quando comparados aos cursos universitários (BA e BSc). São cursos que podem ser oferecidos também por universidades, mas que geralmente são oferecidos por escolas profissionalizantes ou técnicas, ou universidades tecnológicas. Assim como no Brasil, no Canadá as universidades tecnológicas e os cursos técnicos/tecnólogos têm fama de serem mais voltados para o mercado de trabalho e de serem cursos “hands on”, ou seja, com um componente prático muito forte, seja por meio de estágios ou mesmo de colocação profissional.
Um Statement of Completion é concedido ao aluno que se formou em um programa de curta duração. Ele nada mais é do que um documento formal que irá servir para comprovar que o aluno passou por aquele programa de estudos. Um Certificate é fornecido para programas que são intensivos e “hands on”, ou seja, focados em preparação profissional. Um Associate Certificate geralmente se refere a um programa de estudos mais abrangente, que pode contar com matérias que não têm necessariamente a ver com o assunto principal do programa.
Diplomas são como são chamadas as credenciais adquiridas após um período mais longo de estudos, também focando em teoria e prática. São geralmente (mas não sempre) atrelados a programas full time, enquanto que os outros títulos são geralmente atrelados a programas part time, em que os courses (matérias) podem ser realizados na medida da disponibilidade do aluno (geralmente à noite ao aos sábados), devendo ser completados em um período máximo de anos, de acordo com as exigências de cada instituição de ensino.
Vestibular?
Nem nos Estados Unidos nem no Canadá existe o conceito de vestibular como conhecemos no Brasil. A ideia de fazer uma prova que abrange todas as matérias do ensino médio para aí sim definir se um estudante poderá ocupar uma vaga em uma universidade não funciona por aqui. Em vez disso, o método de ingresso nas universidades se dá através de aplicações, como se você estivesse aplicando para um emprego. Só que diferente, é claro.
Como funciona: assim como no Brasil, no Canadá você pesquisa quais são as suas instituições de interesse, e dá uma olhada nos requerimentos de entrada de cada uma e de cada programa de estudos. Aqui, caso o requerimento principal seja a conclusão do ensino médio, é possível que programas diferentes exijam um desempenho diferente dos candidatos. Assim, o desempenho total ao longo do ensino médio poderá contar pontos valiosos na hora de aplicar para uma vaga em uma universidade, pois cada universidade possui requisitos diferentes para aceitar candidatos. Quanto aos programas, eles podem exigir que você tenha cursado, no ensino médio, matérias eletivas (sim, também existem matérias eletivas no ensino médio) que complementem os seus estudos em ciências aplicadas, por exemplo, caso você esteja aplicando para um programa na mesma área. Além disso, os requerimentos quanto à língua inglesa são bastante rigorosos também, sendo geralmente mais rigorosos nas universidades (BA, BSc e acima) do que para os programas técnicos e tecnólogos.
Cada universidade ou instituição de ensino possui o seu application package, um conjunto de folhetos informativos sobre os cursos e sobre os requerimentos de cada curso, formulários e demais checklists para a aplicação. Em posse desse kit, que geralmente é disponibilizado online (inclusive, a grande maioria das instituições de ensino hoje está realizando suas aplicações 100% online), você pode começar a reunir seus documentos e suas traduções juramentadas, se for o caso, e enviar a sua aplicação, por e-mail ou por correio. A sua aplicação será avaliada e, se você for considerado apto para iniciar os seus estudos, você pode ser convidado para uma entrevista, na qual você deverá “defender” o seu desejo de estudar aquele programa específico naquela universidade específica. Você pode falar sobre os seus objetivos acadêmicos e profissionais, e sobre como a sua parceria com aquela instituição de ensino pode ser benéfica para os dois lados.
As aplicações contam com deadlines, então é importante ficar atento. Cartas de referência de professores (mesmo que do ensino médio) e um portfolio dos projetos que você desenvolveu (dependendo da área) podem ser documentos extras para reforçar a sua aplicação e fazer com que você se destaque da maioria. No caso do mestrado ou do PhD, referências são essenciais, e a aplicação pode ser muito enriquecida através de experiência de trabalho, especialmente em pesquisa científica.
Saiba mais sobre como fazer para estudar no Canadá: veja também:
Quero estudar e trabalhar no Canadá, como funciona?
Com um salário mínimo que varia entre CAD$10 e CAD$13, horários de trabalho que podem ser ajustados de acordo com os horários do college ou da faculdade, e com um horário de trabalho que, quando full time, geralmente começa às 9 da manhã e termina às 5 da tarde, o Canadá parece mesmo um paraíso para quem quer trabalhar e fazer a vida por aqui.
Existem algumas regras que devem ser respeitadas quando o assunto é trabalhar no Canadá. Quer saber quais são as possibilidades, as aberturas que o país oferece aos estrangeiros, e quer saber um pouco também sobre o mercado de trabalho? Então vamos lá!
O visto de trabalho
No Canadá, quem quer trabalhar precisa obrigatoriamente de uma permissão de trabalho, ao menos, claro, que seja residente permanente ou cidadão. Um estudante de nível superior no Canadá hoje tem o direito de trabalhar 20 horas semanais durante o período das aulas e 40 horas semanais durante as ferias já descritas no calendário escolar.
É importante lembrar que o visto de turismo dá direito a estudar por até 24 semanas, porém não dá direito a trabalhar em hipótese alguma.
Para conseguir um visto ou permissão de trabalho, é preciso obedecer a alguns requisitos que são exigidos pela imigração canadense. Vamos ver quais são eles:
Quando você é um estudante internacional, matriculado em um college ou uma universidade para cursos profissionalizantes ou universitários (ou seja, não vale cursos de idiomas), você pode pedir um work permit, uma permissão de trabalho que estará vinculada ao seu visto de estudo. Esse work permit permite que o estudante trabalhe por até 20 horas na semana durante o período de aulas e full time nas ferias escolares (já determinadas no calendário), e é considerado um open work permit, ou seja, não apresenta restrições quanto ao empregador ou ao tipo de indústria em que o estudante possa trabalhar.
Quando o estudante traz consigo seu cônjuge, ele ou ela também tem direito à um open work permit, o que dará à ele a oportunidade de trabalhar full time, sem limitação de horas ( A carga horária normal é de, em média 40 horas semanais).
É importante obedecer as regras exigidas pela imigração. Se você tem permissão para trabalhar somente até 20 horas na semana, trabalhar mais do que isso pode trazer problemas no futuro, podendo ter até mesmo dificuldades em um futuro processo de imigração.
2) Post Graduation Work Permit
Para quem acaba de se formar, desde que seu curso tenha tido no mínimo 8 meses de duração, existe a opção de aplicar para um PGWP, ou Post Graduation Work Permit. Mas cuidado: essa aplicação só pode ser feita uma vez na vida e em até 90 dias após a conclusão do curso, então é preciso tomar muito cuidado para não perder os prazos.
Além disso, nem todos os programas de estudo e/ou instituições de ensino darão ao estudante o direito ao PGWP. Com relação aos cursos, o aluno deverá receber um DEGREE ao final, e já com relação às instituições, as meses deverão ser públicas ou privadas que recebam subsídio do Governo Canadense. Curso Vocacionais, considerados como profissionalizantes, não darão este direito ao estudante.
Funciona assim: se você estudar por 8 meses, poderá conseguir um PGWP com duração de até 8 meses, para que você fique esse tempo extra trabalhando no Canadá após se formar. Porém, a duração do PGWP pode variar conforme a duração do curso que o estudante fez. Então, se o curso durar 2 anos ou mais, o PGWP pode ter de 2 a 3 anos de validade. Já se o curso durar 1 ano, o PGWP irá valer por somente 1 ano. Vale a pena planejar bastante.
Também é possível aproveitar 2 cursos seguidos para pedir um PGWP, mas tem uma regra: não pode ter nenhum espaço entre eles. Então é preciso verificar certinho as datas de início e solicitar a renovação do visto de estudos para poder se matricular no próximo curso e, dessa forma, utilizar o período total como base para aplicar para o PGWP no futuro.
O PGWP funciona como se fosse uma extensão do visto de trabalho para quem se forma, digamos assim. Se você tiver um cônjuge, ele ou ela continuará tendo direito ao open work permit uma vez que o Aplicante Principal tenha um contrato de trabalho firmado com alguma empresa e o mesmo seja apresentado durante a aplicação. Caso contrário o mesmo terá manter o seu status como Visitante ou iniciar um programa de estudo.
3) Labour Market Impact Assessment
O LMIA, ou Labour Market Impact Assessment, é um programa destinado a empregadores canadenses que desejam contratar trabalhadores estrangeiros. Assim, se você receber uma oferta de trabalho de uma empresa canadense, é muito provável que essa empresa precise realizar um LMIA para você.
Funciona da seguinte forma: basicamente, a empresa precisa provar para o governo canadense que não existem trabalhadores canadenses ou residentes permanentes que possam ocupar aquela vaga que está sendo destinada a você. Isso é feito através de vários passos, como postar a vaga em vários sites e jornais, entrevistar candidatos, guardar os currículos dos candidatos, explicar o porquê de os outros candidatos não terem sido selecionados, e tudo isso deve ser documentado por meio de cópias, planilhas e cartas timbradas da empresa, e enviado à imigração canadense. O objetivo final é mostrar que a vaga foi oferecida para trabalhadores que já estão no Canadá, mas mesmo assim não foi possível preenchê-la, e por esse motivo a empresa precisou procurar trabalhadores fora do país. Então o LMIA nada mais é do que uma permissão para que a empresa contrate trabalhadores estrangeiros.
Com o LMIA em mãos, você pode aplicar para um visto de trabalho para aquela empresa específica. Esse visto não será considerado um open work permit, pois você ficará limitado a trabalhar somente para aquela empresa.
4) Residente Permanente / Cidadão
Sendo você um Residente Permanente e/ou Cidadão Canadense, você não mais dependerá de um Permissão de Trabalho ou estará limitado à algum número de horas. Porém, para que seja possível chegar até esse status, será necessário se adequar o Sistema de Imigração Atual, o Express Entry, o qual engloba todos os Programas de Imigração Econômica atuais. Para imigrar para o Canadá, grande parte dos processos irá exigir que você demonstre por meio de documentação específica que você tem a educação e a experiência necessárias para ser um profissional que contribua com a economia do país.
O mercado de trabalho no Canadá
Assim como em todos os países, o mercado de trabalho no Canadá é regido por forças externas e pela economia global. Como resultado, algumas áreas apresentam mais demanda do que outras, e algumas áreas focam em trabalhadores internacionais devido à grande necessidade de mão de obra.
Muitas profissões, no entanto, irão exigir uma ótima fluência no inglês, além de experiência na área que possa ser comprovada através de referências. E algumas profissões também irão exigir certificações e licenças de atuação canadenses, como é o caso das profissões regulamentadas.
De acordo com uma pesquisa a respeito de vagas de trabalho disponível no site Job Bank Canada, vagas de trabalho relacionadas à hospitalidade e alimentação estão em alta, o que corresponde a trabalhos como retail salespersons (vendedores em lojas), food counter attendants (atendentes em restaurantes) e kitchen helpers (ajudantes de cozinha). Por esse motivo, e também porque essas ocupações geralmente não exigem um alto nível de treinamento ou muita experiência profissional, essas profissões são bastante populares entre adolescentes, jovens adultos e trabalhadores estrangeiros que estão estudando ou então buscando a obtenção de certificações e licenças para poderem se inserir em sua área no Canadá.
É importante lembrar que algumas profissões aqui no Canadá exigem requisitos diferentes dos que são exigidos no Brasil, como é o caso da psicologia, por exemplo. Aqui, é preciso possui um mestrado para trabalhar como counsellor, sendo que é somente com um PhD que o título de psicólogo pode ser utilizado.
Uma mudança temporária na carreira é comum no caso dos trabalhadores estrangeiros, e é importante levar isso em consideração como uma possibilidade real, pois é muito comum que trabalhadores estrangeiros cheguem no Canadá com a certeza de que irão imediatamente encontrar um emprego em suas áreas de formação, o que pode não necessariamente corresponder à realidade, principalmente quando não se tem experiência de trabalho canadense ou quando não é o caso de uma transferência através da empresa onde se trabalha, por exemplo.
No Canadá, profissões na área da saúde (quase todas elas exigindo certificações específicas e licenças de atuação, como a enfermagem) sempre estão em alta. Com uma população que está envelhecendo (um dos motivos para a necessidade de atrair trabalhadores estrangeiros), o Canadá também foca em profissões que tenham a ver com o cuidado de idosos, e aí entram os live-in caregivers, outra profissão que apresenta bastante demanda no país, e que também apresenta uma opção em termos de imigração.
Profissões relacionadas a tecnologia, como TI, também estão em alta por aqui. TI é inclusive uma das profissões de nível universitário em que não é preciso possuir nenhum tipo de certificação especificamente canadense (embora isso possa abrir portas também) ou licença para atuação. Comprovando um período satisfatório de experiência na área, candidatos de TI têm bastante chance de encontrarem um emprego rapidamente, embora, é preciso enfatizar, isso não seja uma regra.
Networking é uma ferramenta muito utilizada também pelos canadenses. Sabe aquele conceito do “Quem Indica”? Ter referências canadenses pode ser uma boa estratégia para se conseguir bons empregos. E isso pode ser feito através de participação em associações profissionais ou através de envolvimento com professores durante o college ou universidade, por exemplo.
Quer saber mais sobre trabalhar no Canadá? Entre em contato conosco!
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Quero estudar e trabalhar no Canadá, como funciona?
Imigrar é um sonho para você! Por tantos anos você namorou um outro país, uma outra cultura, ficou imerso no idioma, fez aulas e cursos, procurou conhecer pessoas que moram lá, foi visitar uma ou duas, ou três vezes… Até que, de repente, chega o momento tão sonhado: você tem agora um plano mais definido, provavelmente já fez uma consulta de imigração e está pronto para embarcar nessa aventura.
Soa familiar?
Se você está nessa fase de “quase lá”, este texto é para você!
Vamos contar um segredo: imigrar nem sempre é fácil, e disso todo mundo sabe. Mas o que as pessoas não falam é que existe um passo a passo para tornar essa experiência muito agradável e bem-sucedida. E o melhor: esses 4 passos podem começar a ser postos em prática ainda no Brasil, antes mesmo de você receber o seu PR!
PR é a sigla em inglês para permanent residency, ou residência permanente. É o equivalente canadense ao green card americano. Com um PR você vira canadense em tudo, menos no nome. Seu passaporte continua sendo o brasileiro (até virar um cidadão canadense) e você não pode votar nas eleições canadenses, mas conta com todos os outros benefícios e perks que os canadenses têm!
Passo 1: conversar com a família e os amigos
A primeira preocupação que passa pela mente da maioria dos novos imigrantes é: como ficam a família e os amigos?
Com certeza esse é um tópico delicado, porque não afeta todas as pessoas da mesma forma. Existem pessoas que não têm um bom relacionamento com a família, assim como existem pessoas que são tão apegadas que precisam ir à casa dos familiares mais de uma vez na semana, mesmo ligando todos os dias. Existem também pessoas que já passaram por uma mudança de cidade ou de estado, e, ainda que continuem morando no Brasil, já sabem como é o fato de estarem longe fisicamente da família e de alguns amigos, sendo que, dependendo da distância entre a cidade de origem e a nova cidade, não podem simplesmente pegar o carro e fazer uma visita: é preciso pegar um avião e reservar um final de semana ou alguns dias de férias.
Se você é do tipo “grudado” com a família e com os amigos, mas deseja muito vir para o Canadá, não há outro jeito: é preciso tomar uma decisão. E conversar. É conversando que a gente se entende, não é mesmo? Isso também funciona quando a tarefa de imigrar fica dolorosa, como é o caso de quando alguém da família simplesmente não quer saber de você saindo de casa, quanto mais saindo do país. Principalmente quando esse alguém é uma pessoa próxima, com a mãe ou o pai. Nesse caso, é importante conversar com calma, respeitando a opinião da outra pessoa (porque, afinal, é uma opinião válida, mesmo que seja diferente da sua) mas apresentando os pontos importantes que fizeram você tomar a decisão de imigrar. Se o fator mais importante para você é a busca de melhor qualidade de vida, ou se você simplesmente está em busca de uma nova aventura, não importa. Se o motivo é importante para você a ponto de você ter tomado a decisão de imigrar, é preciso que isso fique claro também para as pessoas ao seu redor, mas sempre de forma cuidadosa e com muito respeito.
Um fato que é bom ter em mente é que o Canadá oferece programas de sponsorship para familiares (infelizmente não para amigos, embora ter um amigo no Canadá possa facilitar um pouco a questão do visto de turismo, por exemplo), então existe também a possibilidade de que a família possa imigrar num futuro próximo, tendo você, até lá já com o seu PR, como sponsor.
Passo 2: fortalecer o idioma e o conhecimento da cultura
No nosso texto sobre adaptação nós falamos bastante a respeito da cultura canadense e também do idioma. E não cansamos de repetir: para ter sucesso no Canadá ou em qualquer outro país, não basta somente estar lá fisicamente com vontade de ter sucesso. Vontade todo mundo tem. É preciso se esforçar para se integrar à cultura canadense e fazer parte da sociedade, de verdade.
Muitos imigrantes têm um nível de inglês satisfatório, vão trabalhar no horário certo, fazem o seu trabalho, vão para suas aulas, fazem suas provas, e param por aí. O segredo aqui é: go the extra mile. É preciso se esforçar e fazer mais do que o que é esperado de você, e, fazendo a diferença, você tem mais chances de ser notado. Sendo notado, pode conseguir mais oportunidades e mais portas abertas. Mas para isso é preciso sair da zona de conforto.
O inglês está bom? Ok. Mas você sabe realmente se comunicar utilizando a linguagem do dia a dia e as catch phrases que os canadenses usam em suas interações, ou você só traduz as palavras para o inglês? No seu trabalho, você procura dar uma mão para os seus colegas e se aproximar do chefe de igual para igual, mostrando através de suas atitudes que está pronto para maiores responsabilidades, ou você só faz o mínimo necessário que está delineado na job description? São essas as diferenças entre ser “mais um” na multidão e ser “that guy” ou “that girl”, aquela pessoa que é lembrada pelos colegas, chefes e professores.
Board games, coffee shops, outdoors, picnics, quais são as atividades que você pode começar a fazer com os seus novos amigos canadenses, e quais são os detalhes da cultura aos quais você precisa ficar atento? É preciso parar e observar, ver como as pessoas agem por aqui, o que é considerado normal e legal, o que não é, e tentar adaptar da melhor forma possível o seu comportamento à cultura canadense.
Passo 3: encontrar um lugar para morar
Como encontrar um imóvel para alugar? Algumas coisas precisam ser levadas em consideração, como a distância do centro da cidade, a distância entre a escola/universidade e o trabalho, se você já tiver um trabalho ou uma universidade em mente, e outros pontos também, tais como a proximidade de serviços (supermercados, hospitais, farmácias) e a vizinhança, se tem boa reputação ou não.
Você moraria com um roommate? Aqui no Canadá isso é uma prática extremamente comum, principalmente para os jovens adultos. Tem gente que inclusive prefere morar com um roommate a ter que morar sozinho.
Através das dicas que publicamos um tempo atrás, você pode começar a dar uma olhada em sua futura casa ou em seu futuro apartamento no Canadá, através de sites de imobiliárias, ou mesmo através de sites de classificados, como Craigslist e Kijiji. É importante enfatizar que não recomendamos que você feche negócio com nenhuma pessoa ou empresa sem antes ver o imóvel pessoalmente. Dessa forma você se protege contra scams ou pegadinhas, e também tem a certeza de que aquele imóvel é o melhor para você.
As pesquisas em sites de busca permitem que você tenha uma boa ideia sobre os valores cobrados para o aluguel de casas ou apartamentos de acordo com o que você precisa.
Mas, até de fato ver um lugar ao vivo e fechar negócio, será preciso passar um tempo em um hotel. Aproveite também e veja valores de hotéis, sempre dando preferência para os que ficam próximos a pontos de ônibus ou estações de metrô.
Passo 4: fazendo as malas
Hora de embarcar. O que levar na bagagem?
Como um novo imigrante, você está mudando a sua vida de lugar. Mas dessa vez não dá para contratar um caminhão de mudança para trazer toda a sua casa para o Canadá. O ideal continua sendo planejar muito, e identificar prioridades também.
Uma dessas prioridades é se desfazer ou cancelar coisas no Brasil. Plano de saúde? Só até a data da sua viagem. Plano de celular? Também. Vender o carro, colocar o apartamento para alugar (ou vender), tudo isso já deve estar na sua to do list. Também dá para fazer uma procuração em cartório em nome de alguém da família, por exemplo, que fique responsável por assinar documentos de aluguel ou venda de imóvel, caso não dê tempo de resolver isso antes de você embarcar.
O que colocar na mala:
O que não colocar na mala:
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Você sabia que existem várias diferenças importantes entre um despachante e um consultor de imigração?
Nós falamos sobre algumas dessas diferenças no ano passado, e hoje vamos retomar o assunto e falar um pouco mais sobre os tipos de serviços que cada profissional oferece, e também sobre os perigos escondidos que podem existir!
A Seção 91 do Immigration and Refugee Protection Act (IRPA) canadense estabelece que qualquer pessoa que representa outra para fins de imigração para o Canadá e recebe honorários ou qualquer outro tipo de compensação por essa atividade deve ser obrigatoriamente licenciada pelo ICCRC - Immigration Consultants of Canada Regulatory Council. É nessa categoria que entram os consultores de imigração, como a Celina Hui e o Shervin Madani, que representam os serviços da Immi Canada.
Os despachantes, por sua vez, são profissionais que normalmente oferecem serviços de assessoria limitada para vistos de vários países, não possuindo licenças para atuação em nome desses países, e também não possuindo conhecimentos aprofundados a respeito das regras específicas exigidas por cada país. Assim, um despachante é um profissional que auxilia o candidato a reunir documentação, preencher formulários e enviar documentos ao governo canadense, mas sem representar esse candidato legalmente.
Existe também uma terceira categoria de profissionais, os advogados de imigração, que também podem legalmente representar um cliente, porém desde que sejam licenciados por um órgão regulatório provincial aqui no Canadá. O motivo é que esses profissionais estão trabalhando com o sistema jurídico canadense.
No entanto, como advogados de imigração trabalham com um escopo muito amplo de atividades, no texto de hoje vamos focar somente em despachantes e consultores.
O que cada um pode e não pode fazer?
Quando se trata de permissão para assessorar clientes junto à imigração canadense, as regras são bem rígidas.
Um consultor de imigração, lembrando que deve ser licenciado pelo ICCRC - Immigration Consultants of Canada Regulatory Council, é um profissional que possui um conhecimento aprofundado do sistema de imigração canadense. Para obterem a licença, esses profissionais passam por um extenso período de treinamento em forma de cursos e prática profissional, e também precisam ser aprovados em um exame conhecido como entry-to-practice exam, muito comum no caso das profissões regulamentadas aqui no Canadá. Após obterem a licença, existem requisitos quanto à educação continuada, geralmente medidos em formato de credits (algo como pontos conseguidos por curso ou matéria completada) que o profissional precisa alcançar a cada ano. Esses credits são conseguidos em workshops, cursos, congressos e demais programas aprovados pelo ICCRC como relevantes para a profissão.
O consultor de imigração licenciado pode oferecer para seus clientes orientações a respeito de programas de imigração, e pode também representá-los legalmente em um processo de imigração, seja ele qual for (visto de turismo, visto de estudo, visto de trabalho ou imigração). Dessa forma, esse profissional pode realmente avaliar o perfil de cada candidato, ou seja, seu histórico acadêmico, sua experiência de trabalho, seu nível de inglês, etc., e com isso sugerir um ou mais programas de imigração que sejam mais adequados ao perfil, tendo portanto maiores chances de sucesso.
É importante notar, no entanto, que a decisão final sobre se o processo será aprovado ou não cabe ao governo canadense, pois são os oficiais de imigração que irão analisar a documentação de cada candidato a fim de determinar se os requisitos batem ou não. Dessa forma, o trabalho de um consultor de imigração, que é o foco do trabalho da Immi Canada, é oferecer o seu conhecimento e a sua experiência profissional para que seus clientes tenham as maiores chances possíveis de sucesso.
O despachante é o profissional que, por não possuir a licença do ICCRC, não pode ser considerado um consultor de imigração. Dessa forma, ele ainda poderá auxiliar seus clientes com processos de vistos e imigração, mas suas atividades são consideravelmente mais limitadas, uma vez que ele não pode representar seus clientes nem oferecer avaliações de perfil ou identificar os programas de imigração mais adequados.
Com todas essas restrições, o que um despachante pode, de fato, fazer? Ele pode:
Um consultor de imigração pode:
Com essas diferenças fundamentais, podemos ver também o porquê de os honorários cobrados por um despachante serem geralmente mais baratos do que os cobrados por um consultor de imigração.
Além disso, um benefício extra ao se contratar um consultor de imigração é possuir o respaldo do órgão canadense ICCRC, que irá interferir caso o cliente se sinta lesado pelos serviços prestados pelo consultor.
Escolhendo um representante
Um processo de imigração é um passo muito importante na vida de qualquer pessoa, e por isso o representante - caso você decida contratar um - deve ser escolhido a dedo.
Aqui vão 5 dicas importantes para você escolher o melhor profissional para representar você durante o seu processo de imigração:
1) Verifique se o consultor é credenciado junto ao ICCRC;
2) Busque se informar sobre a experiência do consultor: quantos anos ele tem na área? Com quantos clientes já trabalhou? Já trabalhou com casos parecidos com o seu? Quantos clientes desse consultor tiveram seu processo aprovado*?
3) Vá atrás de referências! Grupos em redes sociais, amigos, familiares, pessoas que conheçam ou já tenham tido contato com os serviços desse consultor. Mesmo se você não conhecer ninguém, você pode mandar uma mensagem nas redes sociais para alguém que já tenha contratado os serviços do profissional. A maioria das pessoas não irá se importar em gastar 10 segundos para responder “sim” ou “não”.
4) Informe-se sobre detalhes dos serviços oferecidos e também sobre os valores;
5) Fique atento a scams ou pegadinhas: sabe quando você quer comprar um serviço de internet mas precisa comprar TV e telefone junto? Pois é. Cuidado para não cair nessa!
*Importantíssimo: muito embora a aprovação do processo seja de responsabilidade exclusiva do governo canadense, o trabalho do consultor de imigração é fazer todo o possível para que a aplicação tenha as maiores chances de sucesso, então se um determinado consultor tiver trabalhado com muitos casos sendo que a maioria tenha sido recusada, isso pode ser um indicativo de que o profissional esteja cometendo erros durante a aplicação.
Cuidados que sempre é bom ter
Cabe a você, como cliente, escolher se deseja contratar ou não os serviços de um despachante ou de um consultor. E você também pode escolher fazer o seu processo sozinho.
Caso decida por um representante profissional, existem alguns cuidados que sempre é bom ter, não só para fins de imigração, mas para todas as vezes em que precisamos de ajuda profissional, seja ela qual for. Aqui vai um pequeno checklist com 5 itens para se ter em mente na hora de contratar um profissional:
1) Tenha um contrato por escrito. O contrato deve ter a descrição dos serviços que serão feitos, os valores que devem ser pagos, a assinatura de ambas as partes e a data;
2) Tome cuidado com seus documentos originais. Para imigrar, existem alguns documentos que precisam ser enviados em formato original, como os resultados do IELTS, por exemplo. Todos os demais documentos podem ser enviados como cópias simples, mas pergunte também ao profissional sobre a possibilidade de fazer cópias autenticadas em cartório. Se for possível, os originais ficam sempre com você;
3) Não assine nenhum papel em branco. Principalmente se for um formulário da imigração, mesmo que você já tenha fornecido as informações para que o profissional preencha. Um profissional sério só irá pedir a sua assinatura depois de preencher os formulários por completo, e também depois de pedir para você revisar as informações;
4) Certifique-se de sempre pegar uma nota fiscal ou comprovante de pagamento pelos serviços prestados;
5) Mantenha contato com o profissional regularmente ao longo do seu processo. Os processos de imigração podem ser demorados, uns mais que outros. Por isso, mandar um e-mail ou ligar todos os dias não faz sentido, mas se o profissional passar muito tempo sem falar com você, nem que seja com um “ainda não temos nenhuma novidade” ou “o seu caso ainda está na mesma etapa de avaliação”, você tem todo o direito de entrar em contato.
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Quase todas as autorizações de trabalho canadenses exigem um Labour Market Impact Assessment (LMIA), anteriormente chamado de Labor Market Opinion (LMO), processo o qual as empresas canadenses devem realizar, uma vez que tenham a intenção de contratar um trabalhador estrangeiro temporário.
Um LMIA é um processo de verificação do mercado de trabalho em que o Employment and Social Development Canada (ESDC) avalia se uma oferta de trabalho dada a um trabalhador estrangeiro não terá um impacto negativo sobre o mercado de trabalho canadense.
Os empregadores serão obrigados a fornecer uma variedade de informações sobre a posição para a qual eles querem contratar um trabalhador estrangeiro, incluindo o número de canadenses e residentes permanentes que aplicaram para a posição, o número de canadenses e residentes permanentes que foram entrevistados e as explicações detalhadas sobre o porquê da não contratação de um deles.
De um modo geral, para os trabalhos localizados em uma das maiores cidades do Canadá, quanto mais especializada for a posição, maior será o salário oferecido, e maiores serão as chances de se obter um LMIA positivo. Nas cidades e regiões menos povoadas, e isso ainda é uma realidade no país, geralmente a obtenção de um LMIA é mais fácil.
Normalmente, os trabalhadores estrangeiros e os empregadores devem passar por um processo de duas etapas, para que assim o estrangeiro possa receber a autorização de trabalho canadense. Em primeiro lugar, o requerente deve apresentar um pedido ao ESDC para um Labour Market Impact Assessment, seguido por um segundo pedido ao Citizenship and Immigration Canada (CIC) para a autorização de trabalho em si (após a aprovação do LMIA).
O LMIA é emitido pelo ESDC que, depois de considerar vários fatores de proteção do mercado de trabalho, autorizará o empregador canadense a contratar um trabalhador estrangeiro.
Em junho de 2014, foi anunciado que autorizações de trabalho para trabalhadores estrangeiros que necessitem de uma LMIA só será concedida por um período máximo de 1 ano para todas as ocupações de baixa remuneração.
O ESDC se comprometeu em dar um retorno, em certos tipos de casos, em até 10 dias úteis. O processamento de 10 dias úteis estará disponível apenas para aplicações referentes a empregos em alta demanda (como comércio especializado), para ocupações que oferecem salários no top 10 dos recebidos pelos canadenses na província ou território em questão, e para trabalhos com uma duração de menor período (inferior a 120 dias). Nos demais casos, o retorno é dado, em média, em até 16 semanas.
Os escritórios da ESDC são responsáveis pelo processamento dos pedidos de LMIA, e existem escritórios da ESDC em cada província canadense.
Em vigor a partir de junho de 2014, todos os empregadores canadenses que desejam contratar um trabalhador estrangeiro temporário deverão pagar uma taxa de processamento de CAD$1.000 para cada solicitação de LMIA feita, ou seja, por trabalhador. A “privilege fee” de CAD$100 também é necessária.
Inglês e francês devem ser os únicos idiomas que podem ser colocados como exigências, tanto para LMIAs e para anúncios de ofertas de emprego, a menos que o empregador possa provar que outra língua é de alguma forma necessária.
Os empregadores também devem anunciar todas as ofertas de emprego por pelo menos quatro semanas antes de aplicar para o LMIA e são obrigados a provar que usaram pelo menos dois outros métodos de recrutamento, além de terem publicado um anúncio no site do Canadian Job Bank. Os empregadores devem concentrar os esforços de publicidade em grupos de canadenses que são sub-representados, como aborígines ou pessoas com deficiência.
Quando os empregadores estão aplicando para um LMIA para cargos de altos salários, eles também são obrigados a apresentar um plano de transição ao ESDC juntamente com o processo. O plano de transição deve indicar como a empresa pretende reduzir a sua dependência de trabalhadores estrangeiros temporários. Provar o investimento em treinamento de habilidades ou a contratação de aprendizes canadenses são exemplos de como os empregadores podem provar que pretendem reduzir a sua dependência na contratação de estrangeiros, ou seja, que a intenção não é a permanecer solicitando LMIAs.
A prova de que o empregador está ajudando seus trabalhadores estrangeiros altamente qualificados a se tornar residentes canadenses permanentes também pode qualificar como plano de transição. Se o empregador é escolhido para uma inspeção ou se solicita a renovação de um LMIA, ele será obrigado a apresentar um relatório sobre o progresso de seu plano de transição.
Os empregadores são obrigados a confirmar que possuem total consciência de que estão proibidos de demitir ou cortar as horas de trabalhadores canadenses, caso empreguem trabalhadores estrangeiros.
Os empregadores devem estar atentos a uma série de critérios que afetam ou não a decisão do ESDC em processar um pedido de LMIA. Atualmente, se a aplicação para um LMIA de um empregador atende a todos os seguintes critérios, a mesma não será processada:
É importante estar sempre atento a todas as regras e suas mudanças, para que o processo tenha mais chances de sucesso.
Texto e tradução: Immi Canada - Está proibida a cópia e/ou reprodução sem a devida autorização.